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Produto da base do Milan, Alessandro Costacurta também foi bandeira do clube

São 458 jogos pela Serie A, totalizando 661 partidas com a camisa do Milan. Alessandro Costacurta é o terceiro jogador com maior número de jogos oficiais disputados com a camisa rossonera, atrás apenas de Paolo Maldini (832) e Franco Baresi (719). O zagueiro, que se aposentou aos 41 anos, foi mais um produto da base milanista que venceu tudo em quase três décadas de carreira.

Costacurta ingressou no vivaio rossonero no ano de 1979, aos 13. Com certo sucesso nas divisões inferiores do Milan – ainda mais após a conquista da Copa Primavera -, subiu à equipe principal na temporada 1985-86. Entretanto, Billy, como é conhecido em razão de sua paixão pelo basquete norte-americano, não atuou e foi emprestado para ganhar experiência no Monza. Após 30 partidas na antiga Serie C1, voltou ao Milan na primeira temporada de Arrigo Sacchi no comando técnico do time.

O zagueiro fez sua estreia na Serie A contra o Verona, em outubro de 1987, em partida vencida com gol solitário de Pietro Paolo Virdis. O titular Filippo Galli, porém, relegou Costacurta ao banco de reservas, proporcionando ao então zagueiro da seleção sub-21 apenas sete presenças na campanha do título nacional rossonero, primeiro da Era Silvio Berlusconi.

A época 1988-89 foi iniciada com a conquista da Supercopa Italiana. Billy, por sua vez, começava a cavar sua vaga como titular do Milan, tomando a posição de Galli. Aos 23 anos, Costacurta já era campeão italiano, da Supercopa e, ao final da temporada, após vencer o Steaua Bucareste, da Romênia, venceu a Copa dos Campeões.

Os triunfos do Milan de Arrigo Sacchi e dos holandeses não pararam. Desta forma, Costacurta continuou sendo um jogador campeão. Com um posicionamento impecável, o zagueiro, agora sim, era titular indispensável do clube. A inteligência tática e a ótima técnica foram dois dos fatores que levaram Azeglio Vicini a buscar Costacurta para compor o elenco da Nazionale.

Ainda jovem, Costacurta trabalhava para se tornar pilar do Milan (imago)

Em 1989-90, se o scudetto não veio, Baresi levantou novamente a “Orelhuda”: os milanistas conquistaram o bicampeonato da Copa dos Campeões ao vencer o Benfica, em Viena. Além disso, o colombiano Atlético de Medellín não foi páreo na decisão da Copa Intercontinental. O Barcelona treinado por Johan Cruyff? Perdeu o título da Supercopa Européia para o Milan.

Billy marcou apenas cinco gols – três na Serie A – em toda sua carreira vitoriosa. O primeiro deles veio exatamente naquela temporada de 1989-90, exatamente no Derby della Madonnina, no qual o Milan venceu a Inter por 3 a 1. Quando Sacchi trocou os rossoneri pela seleção, Fabio Capello chegou para continuar o trabalho antigo e Costacurta continuou como peça importante na Squadra Azzurra e no Milan.

A defesa formada juntamente com Mauro Tassotti, Franco Baresi e Paolo Maldini fez com que o zagueiro conquistasse quatro títulos nacionais (três consecutivos a partir de 1991-92 e outro em 1995-96), uma Liga dos Campeões (1993-94), uma Supercopa da Europa (1994) e 3 Supercoppas Italianas (1992 a 1994). Pela seleção italiana, Costacurta foi convocado para a Copa de 1994 e disputou seis partidas, ficando de fora da final perdida nos pênaltis contra o Brasil.

Costacurta, agora vice-capitão do time, conquistou ainda mais um título nacional, ao lado de Paolo Maldini e Luigi Sala, na equipe treinada por Alberto Zaccheroni em 1998-99, depois de duas temporadas de entressafra. Uma nova entressafra atingiu a equipe, que passou três anos trocando de técnico: primeiro, Fatih Terim, depois Cesare Maldini e, por último, Carlo Ancelotti. Anos antes, Costacurta tinha sido titular na Eurocopa de 1996 e na Copa de 1998, quando deixou a seleção definitivamente, com 59 partidas disputadas.

Já aos 33 anos, começam as críticas para com a velha guarda. Alguns davam como certa a aposentadoria iminente de Billy, Maldini, Sebastiano Rossi e Demetrio Albertini, que jogavam cada vez menos – à exceção do capitão. Os rumores em relação à Costacurta aumentaram na época 2001-02, quando o Milan não procurou o jogador para renovar o contrato.

Já experiente, Billy chegou a usar a faixa de capitão do Milan algumas vezes (imago/IPA Photo)

Descontente com a atitude rossonera, Costacurta decidiu ir para os Estados Unidos para fazer mestrado em Economia, jogar, talvez, mais um ano na Major League Soccer e ganhar milhões de dólares. Porém, o Milan estava com escassez de zagueiros por conta de lesões antes da estreia na Liga dos Campeões, o que levou Adriano Galliani a chamar Billy para viajar à Itália e renovar contrato. O fim da história? Outro título europeu conquistado pelo Milan em 2003, sobre a Juventus.

Costacurta jogou até os 41 anos, se tornando o jogador de linha mais velho a atuar pela primeira divisão italiana. Ademais, também foi o mais velho a marcar na Serie A, contra a Udinese, de pênalti, superando a marca de Silvio Piola – que persistia desde 1954. O zagueiro conquistou, no total, sete campeonatos nacionais, ficando atrás apenas de Giuseppe Furino e Giovanni Ferrari, vencedores de oito scudetti.

Billy não ficou longe de Milão depois que encerrou a carreira em 2006-07. Ele colaborou com Carlo Ancelotti e Mauro Tassotti no comando técnico do Diavolo. Em 2008, com a licença profissional da Uefa em mãos, iniciou sua carreira como treinador, que, até hoje, durou apenas 14 partidas com o Mantova.

Alessandro Costacurta
Nascimento: 24 de abril de 1966, em Jerago con Orago, Itália
Posição: zagueiro
Seleção italiana: 59 partidas e 2 gols
Clubes: Milan (1986 e 1987-2007) e Monza (1986-87)
Títulos: 7 Serie A (1987-88, 1991-92, 1992-93, 1993-94, 1995-96, 1998-99, 2003-04), 5 Supercoppa Italiana (1988, 1992, 1993, 1994, 2004), 1 Coppa Italia (2002-03), 5 Liga dos Campeões (1988-89, 1989-90, 1993-94, 2002-03, 2006-07), 4 Supercopa da Uefa (1989, 1990, 1994, 2003), 2 Copas Intercontinentais (1989, 1990)

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1 Comentário

  • Costacurta foi um bravíssimo jogador, mas infelizmente muito subestimado!!! Ele chegou até a jogar como lateral direito em alguns momentos tanto com o Milan quanto pela seleção italiana de 1998, na minha opinião tem vaga certa nos XI de todos os tempos do Milan!!

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