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Os 10 maiores holandeses do futebol italiano

Laranja e azul são cores complementares, dizem os artistas e designers mundo afora. Ao todo 43 jogadores holandeses jogaram na Itália – hoje, sete holandeses atuam na Serie A, com destaque para Kevin Strootman, Nigel De Jong, Stefan De Vrij e Urby Emanuelson. Antes deles, porém, alguns marcaram época e viraram até referência de uma época. Foi o que aconteceu com van Basten, Rijkaard e Gullit, que formaram o “Milan dos holandeses”, no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

Os holandeses começaram a marcar presença na Itália a partir do fim da década de 1940. O primeiro deles, Faas Wilkes, fez sucesso (e consta na nossa listagem) e abriu as portas para outros. No entanto, seus compatriotas começaram a ser vistos com frequência em campos da Bota a partir da década de 1980, logo após o final da “Geração Total” e com o sucesso dos jogadores campeões europeus de 1988.

Grandes jogadores, alguns até os maiores da história da seleção laranja, já desfilaram seu talento por palcos italianos. De Van Basten a Seedorf, de Wilkes a Sneijder, muitos foram os talentos. Se azul e laranja se complementam, no entanto, no que diz respeito ao futebol, o laranja da Holanda nem sempre se deu bem com o azul da Itália. Muitos dos jogadores laranjas chegaram com muitas expectativas, mas não renderam o que deles se esperava e fracassaram.

Casos como os de Reiziger e Kluivert, que não deram certo no Milan, simbolizam o fato de que mesmo bons jogadores da Oranje não conseguiram se firmar na Serie A e tiveram vida curta na Itália – isso sem falar em outros flopaços, como van der Meyde, Huntelaar e Stekelenburg. Até mesmo Cruyff, o maior jogador holandês da história, fracassou no Belpaese. No final da carreira, foi avaliado em um jogo-teste com o Milan, teve atuação horrorosa, foi vaiado pela torcida e nem foi contratado.

Os fracassos tinham diversas razões. Boa parte deles, por uma característica negativa de muitos jogadores holandeses: a de se lesionarem muitas vezes. Foi o que aconteceu com Marciano Vink, fera do Elifoot 98. O atacante de origem surinamesa atuou apenas 13 vezes no Genoa, por exemplo.Outros, por sua vez, não fracassaram, mas tiveram passagem discreta, como o goleiro van der Sar, o meia Jonk e o volante van Bommel. Até mesmo aqueles que aparecem nesse Top 10 tiveram momentos bem ruins ou pouco brilhantes na Itália. São os casos de Davids, em suas passagens por Milan e Inter, ou Bergkamp, que criou expectativas em sua chegada à Inter, mas foi tornar-se ídolo no Arsenal.

Para montar as listas, o Quattro Tratti levou em consideração a importância de determinado jogador na história dos clubes que defendeu, qualidade técnica do atleta versus expectativa, identificação com as torcidas e o dia a dia do clube (mesmo após o fim da carreira), grau de participação nas conquistas, respaldo atingido através da equipe, desempenho por seleções nacionais e prêmios individuais. Listas são sempre discutíveis, é claro, e você pode deixar a sua nos comentários!

Além do “top 10”, com detalhes sobre os jogadores, suas conquistas e motivos que os credenciam a figurar em nossa listagem, damos espaço para mais alguns jogadores de destaque. Quem não atingiu o índice necessário para entrar no top 10 é mostrado no ranking a seguir.

Observações: Para saber mais sobre os jogadores, os links levam a seus perfis no site. Os títulos e prêmios individuais citados são apenas aqueles conquistados pelos jogadores em seu período na Itália. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais, desde que
ocorressem durante a passagem dos jogadores no período em questão.

Top 20 Holandeses na Itália
11. Jaap Stam; 12. Bryan Roy; 13. Nigel de Jong; 14. Edwin van der Sar; 15. Kevin Strootman, 16. Wim Jonk; 17. Mark van Bommel; 18. Patrick Kluivert; 19. John van ‘t Schip; 20. Wim Kieft.

10º – Dennis Bergkamp

Posição: atacante
Clube em que atuou: Inter (1993-95)
Títulos conquistados: 1 Copa da Uefa (1993-94)
Prêmios individuais: Bola de Bronze na disputa de melhor jogador do ano (1993) e Artilheiro da Copa da Uefa (1994)

Após ser destaque no Ajax, Bergkamp teve propostas de vários times da Europa, como Real Madrid e Barcelona, mas acabou escolhendo a Inter, por querer jogar na Itália, “a maior liga” da época, segundo o holandês. Chegou juntamente com um compatriota, o meia Wim Jonk, também do Ajax. Porém, demorou a se acertar. Foram seis meses sem marcar e alguns problemas físicos, mas conseguiu ajudar a equipe a conquistar a Copa da Uefa, coroando-o como artilheiro da competição, com oito gols em onze partidas.

Mesmo com o título e o prêmio de goleador, Bergkamp não conseguiu engrenar. Seu estilo de dribles curtos e chutes de média distância não encaixou no futebol italiano e o holandês acabou cedido ao Arsenal, onde jogou por onze anos, até encerrar a carreira – curiosamente, Jonk também deixou a Inter na mesma época, transferindo-se ao PSV. Na Itália, deixou apenas 22 gols e modestas 72 aparições com a camisa nerazzurra, além de conflitos com colegas de equipe e imprensa, e uma homenagem. O prêmio “Lixeira da Semana”, oferecido ao pior jogador da rodada acabou se tornando “Bergkamp da Semana”. Nos Gunners, se tornou um dos maiores jogadores da história do futebol inglês, contrariando àqueles que não esperaram pelo seu sucesso na Itália.

9º – Aron Winter

Posição: meia
Clubes em que atuou: Lazio (1992-96) e Inter (1996-99)
Títulos conquistados: 1 Copa da Uefa (1997-98)
Prêmios individuais: nenhum

Winter viveu uma relação de amor e ódio com a Lazio, mais especificamente com sua torcida. Desde sua chegada, teve muito medo, pois sofreu com atos racistas quase constantemente. Winter é negro e representava, de certa forma, a união entre os povos: filho de mãe judia e pai muçulmano, não foi aceito pela ala mais conservadora da torcida da Lazio. Mesmo com a contrariedade de setores da torcida biancoceleste, foi titular por quatro anos. Seu chute potente e sua força física lhe rendeu espaço nos times de Zoff e Zeman. Marcou 21 gols em sua passagem por Roma.

Após o período na capital, trocou a Lazio pela Inter, onde foi de vilão a herói. Disputou duas finais de Copa da Uefa seguidas. Na primeira a Beneamata foi derrotada pelo Schalke 04 com Winter errando o pênalti decisivo. No ano seguinte, foi um dos pilares da equipe campeã, vencendo a Lazio na decisão. Em Milão, Winter jogou de forma mais recuada em relação aos tempos de laziale e marcou apenas uma vez vestindo nerazzurro. Em 1999, retornou para a Holanda, onde voltou a jogar no mesmo Ajax que o projetou.

8º – Ruud Krol

Posição: lateral esquerdo e zagueiro
Clube em que atuou: Napoli (1980-84)
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: Guerin d’Oro (1981)

Após dois vices-campeonatos mundiais com a Holanda e a conquista da soberania europeia com o Ajax (vencendo duas Copas dos Campeões contra times italianos, Inter e Juventus, respectivamente), Ruud Krol chegou ao Napoli após uma passagem um tanto quanto frustrada pelo ainda amador futebol canadense. Já em fase final de carreira, o polivalente defensor foi líder de uma equipe sem tanto destaque.

Na equipe partenopea, comandava a defesa e se arriscava com qualidade ao ataque, jogando como líbero, apesar de lateral esquerdo de origem. Nos 107 jogos, no período de 1980 a 1984, fez apenas um gol, contra o Brescia, em sua primeira temporada, levando o clube à terceira colocação da Serie A. Mas, deixou na lembrança da torcida um futebol elegante e envolvente, sendo considerado um dos mais importantes jogadores do Napoli. Sua saída abriu espaço para um certo Diego Maradona.

7º – Faas Wilkes

Posição: meio-campista
Clubes em que atuou: Inter (1949-52) e Torino (1952-53)
Títulos conquistados: nenhum
Prêmios individuais: nenhum

Um dos melhores jogadores da década de 1950, Faas Wilkes ganhou destaque por sua habilidade e por seus movimentos extravagantes. Foi apelidado de Mona Lisa de Rotterdam, devido a seus dribles, que lembravam uma obra de arte. Wilkes começou no pequeno Xerxes, de sua terra natal, e aos 26 anos – ainda não como profissional e após ter sua transferência para o Milan vetada pela Federação Holandesa – chegou à Inter, onde atuou durante três anos e conquistou os torcedores nerazzurri, mesmo não vencendo nenhum título. Conhecido por ser o popular “fominha” e com ares galanteadores – para alguns, o Cristiano Ronaldo da época –, marcou 47 gols em 95 jogos, sendo lembrado até hoje no Giuseppe Meazza. Transferiu-se para o Torino, onde, por conta de uma série lesão, não teve o mesmo desempenho, marcando apenas um gol em 12 jogos.

Após um ano no Piemonte, mudou-se para a Espanha, para atuar no Valencia, e ser considerado um dos três melhores estrangeiros do país, ao lado de Di Stefano e Kubala. Foi o ídolo e inspiração do grande jogador holandês de todos os tempos, Johan Cruyff. Até hoje, com 35 gols em 38 jogos, é o quarto maior artilheiro da seleção holandesa, atrás de Kluivert, van Persie e Bergkamp.

6º – Edgar Davids

Posição: volante
Clubes em que atuou: Milan (1996-97), Juventus (1997-2004) e Inter (2004-05)
Títulos conquistados: 3 Serie A (1997-98, 2001-02 e 2002-03); 1 Coppa Italia (2004-05), 2 Supercopas italianas (2002 e 2003) e 1 Copa Intertoto (1999)
Prêmios individuais: Integrante da equipe do Mundial de 1998 e da Eurocopa de 2000

Após despontar no Ajax, na geração campeã europeia na década de 1990, Davids foi contratado pelo Milan, a custo zero. Ficou quase um ano e meio em Milão e não deixou saudades. Transferiu-se para a Juventus – para ser o primeiro holandês da equipe –, onde comprovou tudo o que dele se esperava. Em Turim, apesar de ter ficado um ano parado por doping, se transformou em peça fundamental do meio campo, com seu futebol agressivo, implacável, mas de muita qualidade. Chamado de Pitbull, pelo seu poder de marcação, roubadas de bola e muitas faltas, Davids também era um volante técnico, que se aventurava pelo ataque e caía pelo lado esquerdo, ajudando a armar jogadas.

Davids foi pilar das principais conquistas juventinas enquanto lá esteve, ao lado de Conte, Deschamps, Zidane, Nedved, Del Piero e Trézéguet. O Pitbull perdeu espaço na Juve quando se desentendeu com o treinador Marcello Lippi e foi cedido, por empréstimo, para o Barcelona. Menos de seis meses depois voltava à Itália, dessa vez para jogar na Inter, que comprou seu passe. Tornou-se, assim, um dos 10 jogadores na história a terem vestido as camisas dos três gigantes italianos. Mas, novamente em Milão,
teve atuações a serem esquecidas e, ao final da temporada, foi cedido
gratuitamente ao Tottenham e encerrou seu ciclo na Itália.

5º – Wesley Sneijder

Posição: meia
Clube em que atuou: Inter (2009-13)
Títulos conquistados: Serie A (2009-10); 2 Coppa Italia (2009-10 e 2010-11), Supercopa italiana (2010), Liga dos Campeões (2009-10) e Mundial de Clubes (2010)
Prêmios individuais: Bola de Prata da Copa do Mundo (2010), artilheiro da Copa do Mundo (2010), Meia do ano da Uefa (2009-10); e Integrante da Seleção da Copa do Mundo (2010), da equipe do ano da Uefa (2009-10), da seleção da Serie A (2009-10) e da FIFPro (2009-10).

Sem muito destaque no Real Madrid com as chegadas de Kaká e Cristiano Ronaldo, Sneijder trocou os merengues pela Inter de Milão, a fim de retomar o bom momento na carreira e ser o cara da equipe de José Mourinho. E em sua primeira temporada carregou a Inter até o título europeu, que não vinha desde 1965, levando o prêmio de melhor jogador da competição. Ao lado de Milito, foi o jogador mais decisivo na campanha da Tríplice Coroa nerazzurra – feito inédito entre clubes italianos e ainda não igualado. Durante a temporada, teve como pontos altos as boas partidas nos dois dérbis de Milão, um gol decisivo sobre o CSKA Moscou nas quartas de final da LC, um gol e uma assistência na partida mais lembrada pelo torcedor azul e preto na história recente (o 3 a 1 na ida das semifinais, contra o Barcelona), e também uma assistência na final, contra o Bayern Munique.

Manteve o bom desempenho durante a Copa do Mundo, comandando a Holanda com cinco gols até a final, quando a Oranje foi derrotada pela Espanha. Para muitos, mereceria o prêmio de melhor jogador do mundo, mas acabou em quarto, atrás de Messi, Iniesta e Xavi. Venceu tudo o que podia, com exceção da Supercopa da Europa, mas teve sua relação com o clube desgastada a partir de 2012, quando o clube queria que ele reduzisse o salário para renovar seu contrato. Afastado do time por questões disciplinares e pelos problemas contratuais, ficou sem jogar do final de setembro do mesmo ano ao final de janeiro de 2013. Especulado em outros gigantes, acabou preferindo o Galatasaray, mas até hoje faz falta ao meio campo da Inter um cérebro como o do ex-camisa 10. Até a chegada de Hernanes, a Inter também sofreu com a falta de um batedor de faltas do seu nível. Ao todo, Wes vestiu a camisa da Beneamata em 116 oportunidades e marcou 22 gols.

4º – Clarence Seedorf

Posição: meia
Clubes em que atuou: Sampdoria (1995-96), Inter (2000-02) e Milan (2002-12)
Títulos conquistados: 2 Serie A (2003-04 e 2010-11); 1 Coppa Italia (2002-03), 2 Supercoppa (2004 e 2011), 2 Liga dos Campeões (2002-03 e 2006-07), 2 Supercopa da Europa (2003 e 2007) e 1 Mundial de Clubes (2007)
Prêmios individuais: Melhor meia-direito e melhor jogador da Serie A (2003-04), Melhor meia da Liga dos Campeões (2002-03 e 2006-07), Melhor meia da Europa (2007), Bola de Prata do Mundial de Clubes (2007) e Integrante do Dream Team da Serie A, da Liga dos Campeões e da lista Fifa 100.

Após destaque no brilhante time do Ajax no início dos anos 1990, Seedorf iniciou sua trajetória na Itália atuando pela Sampdoria. Depois de apenas um ano nos blucerchiati, chamou a atenção do Real Madrid, clube pelo qual atuou durante quatro anos antes de retornar à Bota, para jogar na Inter. Com a credencial de meia habilidoso, que armava com precisão, marcava com qualidade e ainda tinha um excelente chute de longa distância, não embalou na equipe nerazzurra, visto que era utilizado como meia aberto pela direita – apesar de atuar em todas as posições do meio-campo, Seedorf sempre se saiu melhor atuando centralizado. Acabou sendo trocado por Francesco Coco, com o rival Milan, em um dos piores negócios da história da Inter.

No lado rossonero de Milão, Seedorf viveu seu melhor momento na carreira, destacando-se na Itália e na Europa, formando o meio-campo ao lado de Pirlo, Gattuso e Kaká durante vários anos, conquistando especialmente a Liga dos Campeões, com propriedades. A conquista da orelhuda também o consagrou como um dos únicos jogadores que venceu a competição por três clubes diferentes. Em um time que teve alguns holandeses como grandes craques, Seedorf não fez feio – muito pelo contrário – e se tornou um dos maiores jogadores da história recente do Diavolo. Em dez anos de clube, disputou 432 partidas pelo clube, superando o mito Liedholm como o estrangeiro com mais partidas vestindo vermelho e preto. Dois anos depois de deixar o clube, largou o Botafogo prestes a disputar a Copa Libertadores e sua carreira como jogador para se tornar técnico do Milan. Porém, sofreu com a impaciência de Silvio Berlusconi e foi demitido menos de seis meses depois.

3º – Ruud Gullit

Posição: atacante
Clubes em que atuou: Milan (1987-93 e 1994) e Sampdoria (1993-94 e 1994-95).
Títulos conquistados: 3 Serie A (1987-88, 1991-92 e 1992-93), 3 Supercopas Italianas (1988,  1992 e 1994), Coppa Italia (1993-94), 2 Copas dos Campeões (1988-99 e 1989-90), 2 Supercopas Europeias (1989 e 1990), 2 Copas Intercontinentais (1989 e 1990) e Eurocopa (1988)
Prêmios individuais: Esportista Holandês do ano (1987), Bola de Ouro (1987),
Prata da Bola de ouro (1988), Jogador do ano da World Soccer Magazine (1987 e 1989), 3º Melhor jogador do ano da IFFHS (1988 e 1989) e Inserido na lista Fifa 100

Um dos maiores jogadores holandeses da história, Gullit desembarcou em Milão no auge de sua carreira, com um valor recorde em transferências do Milan, no ano em que venceria o prêmio de melhor jogador do mundo. Versátil, formou o trio de ataque – embora as vezes jogasse como meia – ao lado de seu conterrâneo Van Basten, também recém-chegado, e de Virdis. E já em sua primeira temporada ajudou o rossonero a destronar o Napoli de Maradona e ficar com o título italiano. Gullit ajudou com muita técnica com a bola nos pés, habilidade e nove gols marcados. Logo depois, capitaneou a Holanda de Rinus Michels no título europeu e fez um dos gols na final contra a União Soviética.

Multicampeão e adorado pela torcida, que praticava a “Gullitmania”, usando perucas rastafári como o cabelo do ídolo (foto), perdeu espaço e foi emprestado à Sampdoria. Com o título da Coppa, destaque e artilharia no time de Sven-Göran Eriksson, retornou ao Milan, mas pouco jogou. Voltou à Samp ainda na metade da temporada, mas já não parecia tão empolgado com a vida e o assédio na Bota e escolheu a Inglaterra para jogar seus últimos anos como atleta profissional.

2º – Frank Rijkaard

Posição: meio-campista
Clube em que atuou: Milan (1988-93)
Títulos conquistados: 2 Serie A (1991-92 e 1992-93), 2 Supercopas Italianas (1988 e 1992), 2 Copas dos Campeões (1988-89 e 1989-90), 2 Supercopas Europeias (1989 e 1990), 2 Copas Intercontinentais (1989 e 1990) Prêmios individuais: bronze da Bola de Ouro (1988 e 1989), melhor estrangeiro da Serie A (1992), melhor jogador da Serie A (1992), Inserido na lista Fifa 100

Último do histórico trio holandês a chegar e o primeiro a sair. Porém a participação de Rijkaard no Milan é tão lembrada quanto de seus conterrâneos com a camisa rossonera. Vencedor dos principais títulos dessa geração, Rijkaard foi um dos pilares do meio-campo – mesmo com o início como zagueiro – tanto do Milan quanto da seleção holandesa. Após ser revelado pela famosa escola do Ajax e passar rapidamente por Sporting e Zaragoza, a chegada ao Milan reergueu seu futebol e fez dele um dos melhores jogadores da Europa.

Atuou durante cinco temporadas, jogando 201 vezes e marcando 26 gols. Comandou o meio-campo com marcação e movimentação e, sob o comando de Arrigo Sacchi, levantou a Copa dos Campeões de 1989 com propriedade, o que lhe proporcionou disputar o prêmio da Bola de Ouro da revista France Football, dominado pelo Milan – além de Rijkaard, Baresi ficou em segundo e van Basten venceu. Em 1990, fez o gol do título da Copa dos Campeões sobre o Benfica. Rijkaard, aliás, encerrou esta temporada com chave de ouro e realizou a façanha de marcar gols em todas as finais disputadas pelos rossoneri. Nos dois anos seguintes, já sob o comando de Capello, faturou o Italiano, título que ainda não tinha. Após trocar o Milan pelo Ajax, onde se aposentaria, pregaria uma peça no antigo time: na final da Liga dos Campeões em 1995, deu assistência para Kluivert fazer o gol do título holandês sobre o Diavolo, no mesmo estádio em que marcara contra o Benfica, em Viena.

1º – Marco van Basten

Posição: atacante
Clube em que atuou: Milan (1987-95)
Títulos conquistados: 4 Serie A (1987-88, 1991-92, 1992-93 e 1993-94), 4 Supercopas Italianas (1988, 1992, 1993 e 1994), 3 Copa dos Campeões/Liga dos Campeões (1988-89, 1989-90 e 1993-94), 3 Supercopa Europeia (1989, 1990 e 1994), 2 Copas Intercontinentais (1989 e 1990), Eurocopa (1988)
Prêmios individuais: Bola de Ouro (1988, 1989 e 1992), melhor jogador do mundo (1992), artilheiro da Eurocopa (1988), artilheiro da Copa dos Campeões (1988-89), artilheiro da Serie A (1989-90 e 1991-92), Inserido na lista Fifa 100

Para muitos, o grande craque holandês depois de Cruyff. Se Rijkaard e Gullit eram os príncipes laranjas, van Basten era o rei. E o jogadoraço foi um dos personagens que conduziram o futebol holandês aos tempos áureos, após a década de 70. Fundamental no título europeu com a Oranje, em 1988, foi responsável também pelo reaparecimento do Milan no cenário italiano e europeu. Destinado a marcar gols e conquistar títulos, formou o trio holandês que deu suporte ao Milan durante o final da década de 1980 e o início da década de 90, ao lado de Gullit e Rijkaard. Gols, golaços, passes e dribles geniais. Marco van Basten era o melhor jogador do mundo à época, com sobras.

Nos oito anos de Milan, conquistou tudo, até mesmo o título intercontinental, inédito na história do Diavolo, e a Copa dos Campeões, que não vinha há 20 anos. Mas, em seu auge, uma lesão no tornozelo o obrigou a encerrar a carreira, ainda aos 28 anos – ainda que o anúncio definitivo tenha acontecido apenas dois anos após sua última partida, quando van Basten já tinha 30. Em sua despedida, fez até Capello se emocionar e deixou como grande lembrança as 201 aparições com a camisa rossonera e os 125 gols. E, até hoje, nenhum jogador holandês o superou em solo italiano.

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