Serie A

17ª rodada: O dérbi que apertou o campeonato

Podolski aprovou o jogo entre Juventus e Inter (AP)

Dias atípicos para a volta da Serie A. Após passar um final de semana, o calendário italiano contemplou o feriadão do Dia de Reis para dar um pouco mais de descanso aos times do país, e a primeira rodada do campeonato em 2015 aconteceu na segunda e na terça. Com jogos bem importantes, que fizeram a temperatura do inverno europeu subir. Acompanhe o resumo da 17ª rodada, que bagunçou ainda mais a tabela da Serie A. Agora, Juventus e Roma estão separadas por apenas um ponto, e a disputa por vagas europeias e rebaixamento está mais intensa.

Juventus 1-1 Inter
Em um dos jogos mais prestigiosos do futebol italiano e europeu, Juventus e Inter protagonizaram um pequeno espetáculo, com muita emoção até o apito final. Em Turim, cada equipe dominou amplamente um dos tempos da peleja e poderia ter vencido o jogo. A Velha Senhora, se tivesse convertido as muitas chances criadas no primeiro tempo, quando martelou uma Inter em confusão mental e sem poder de reação e esbarrou em Handanovic. E a Inter, que cresceu bastante no segundo tempo e que, depois do gol de empate, poderia ter virado a partida por pelo menos três vezes. No fim das contas, o empate desagradou os dois técnicos, que viram a vitória próxima. Com o resultado, a Juve manteve a liderança, mas viu a Roma encostar, e a Inter ganhou uma posição, assumindo o 11º posto.

A Juventus demorou apenas quatro minutos para abrir o placar. Em jogada criada pelo lado direito, Vidal dominou de letra e em apenas um toque tirou Medel da jogada. O chileno bateu cruzado e Tévez, mal marcado, empurrou para as redes – nenhum time marcou mais gols nos primeiros 15 minutos de jogo que a Juve, que fez sete. Dali para frente, a Juventus, centrada em Pogba, dominou o meio-campo, e Hernanes, Kovacic e Guarín não conseguiram jogar; muito menos Icardi, que tocou na bola somente nove vezes na primeira etapa. Handanovic, com defesas providenciais, manteve o resultado parcial acessível para a Inter buscar a reação. Na segunda etapa, a Beneamata voltou a campo melhor. E, aos 19, os nerazzurri empataram, no primeiro chute no gol. Guarín lançou Icardi, Bonucci não conseguiu marcá-lo, e a saída de gol de Buffon não foi perfeita para evitar o gol.  Os donos da casa sentiram o empate e só ameaçaram os visitantes outras duas vezes, enquanto a Inter poderia ter virado o jogo em dois contra-ataques absurdamente desperdiçados por Icardi – que tem cinco gols nos quatro jogos em que enfrentou a Juventus. A Inter sai fortalecida da partida; a Juventus com dúvidas sobre o jeito que reagiu ao gol sofrido. E o campeonato pega fogo. (Nelson Oliveira)

Udinese 0-1 Roma
Gol ou não? A partida entre Udinese e Roma pode ser resumida nesta discussão, uma vez que o gol validado pela arbitragem, por bela cabeçada de Astori, ninguém sabe ao certo se existiu ou não. Há imagens que mostram a bola dentro, outras em que a pelota está parcialmente encoberta pela trave, indicando que não cruzou inteiramente a linha. Mais uma vez, apenas a tecnologia poderia definir se o gol deveria ter sido dado ou não. Mas o futebol, especialmente na Serie A, vive no passado. Apenas em 2015-16, o recurso eletrônico será usado no país.

Fora a polêmica do gol, que aproximou a Roma mais uma vez da líder Juventus – agora, pouco antes do dérbi contra a Lazio, está um ponto atrás da Velha Senhora –, o jogo não teve tantas emoções. Bem postados, os times concederam pouco um ao outro. Quando os romanos criaram suas oportunidades, o goleiro Karnezis interviu, com boas defesas, e evitou outros gols. A Udinese deixou o jogo reclamando bastante do resultado, mas fato é que a posição da equipe não mudou – e nem mudaria – muito com um ponto a mais ou a menos. Para a Roma, mais um triunfo conquistado com dificuldades e polêmicas arbitrais liga o alerta: o time está jogando menos que em 2013-14. (NO)

Lazio 3-0 Sampdoria
No confronto direto pelo terceiro lugar na classificação da Serie A, a Lazio massacrou a Sampdoria, infligindo à equipe genovesa apenas a segunda derrota na temporada. Para os biancocelesti, o momento antes do dérbi contra a Roma – e das difíceis partidas contra Napoli e Milan, em seguida – é excelente: o time tem 10 pontos e nove gols a mais que o mesmo momento na temporada anterior e vem em grande fase. Assim como Felipe Anderson, que está conduzindo a equipe na ausência de Candreva.

Mais uma vez, o brasileiro, ex-Santos, foi o nome do jogo. No Olímpico, o meia-atacante deu muita movimentação e criou a maior parte das jogadas laziali. Foi autor de um belo gol e ainda foi o responsável pelas assistências para os outros dois gols do seu time, marcados por Parolo e Djordjevic, após jogadas individuais e cruzamentos do brasileiro. No monólogo da Lazio, assustou a falta de reação doriana na primeira partida da equipe após a venda de Gabbiadini ao Napoli. Nem mesmo a motivação passada por Mihajlovic, que foi saudado pela sua antiga torcida no estádio, deu jeito. O futuro sem o atacante parece complicado, neste momento. (NO)

Milan 1-2 Sassuolo
Na estreia de Cerci, o Milan voltou a decepcionar e foi derrotado pelo Sassuolo em pleno San Siro. O novo camisa 22 rossonero entrou na segunda etapa, ovacionado pela Curva Sud, ainda com o placar empatado, mas com poucos minutos em campo, viu Zaza, que renovou até 2019, acertar um belo voleio, após cobrança de escanteio, e virar o jogo, decretando o placar final. Antes, do banco, ele tinha visto Poli abrir o placar, aproveitando a sobra na área, e Sansone empatar após mais um vacilo da zaga rossonera. Sansone, que é torcedor do Milan, costuma fazer gols em jogos importantes e mostrou isso outra vez. Aliás, quem também ficou feliz com a vitória foi Giorgio Squinzi, presidente do Sassuolo, que também é torcedor rossonero e tinha como sonho vencer uma partida em San Siro.

Já com o ex-Torino em campo, o Milan correu atrás mas pouco produziu, assim como o novo contratado. A melhor chance veio dos pés de Pazzini, que parou no goleiro Consigli. Ao final, Inzaghi lamentou a chance de definir a partida ainda no primeiro tempo e eximiu seus comandados de culpa. Com a derrota sobraram vaias para a equipe que se afastou mais das primeiras colocações. Caso vencesse assumiria a 5ª colocação, apenas dois pontos atrás da Lazio, 3ª colocada. Com a vitória, o Sassuolo subiu para a 10ª posição. (Caio Dellagiustina)

Cesena 1-4 Napoli
O Napoli segue colhendo os frutos do título da Supercoppa Italia, contra a Juventus, na última semana de dezembro. Os partenopei bateram o Cesena com mais uma grande exibição de Higuaín – a equipe da casa segue sem vencer o time de Nápoles na Serie A (13 partidas e oito derrotas). Os visitantes saíram na frente com Callejón, aos 29, depois de jogada de Hamsík com Pipita, que sobrou para que ele concluísse.

Higuaín ainda deixou sua marca no Dino Manuzzi no primeiro tempo – ele também foi à rede na etapa final e participou do terceiro gol – Hamsík recebeu passe seu e chutou; a bola ia para fora, mas Capelli desviou e marcou contra. Com um bonito voleio, Brienza marcou o gol de honra do Cesena, vice-lanterna da competição. O Napoli permanece em terceiro lugar com o mesmo número de pontos da Lazio (30). (Murillo Moret)

Palermo 5-0 Cagliari
O Cagliari trocou de treinador, mas os problemas são os mesmos. Ou até piores, já que na estreia de Zola, a equipe sarda levou cinco gols na temporada pela primeira vez – com Zeman, sofreu quatro em três oportunidades. O Palermo também não havia marcado essa mesma quantidade de gols ainda este ano, e para chegar ao belo resultado, além de mais uma excelente partida de Dybala, também contou com vacilos do capitão sardo, Conti, que foi expulso aos 26 minutos, depois de fazer duas faltas desnecessárias, quando a partida já estava 2 a 0.

Com menos de 10 minutos, o Palermo já havia matado o jogo, com gols de jogadores improváveis. Após bate-rebate na área, Morganella fez seu primeiro gol na Serie A, e depois o zagueiro Múñoz, de cabeça, ampliou. Depois dos minutos iniciais de caos, o Cagliari teve duas chances e chegou a acertar o travessão, mas a expulsão de Conti determinou o jogo. Antes de a partida ir para o intervalo, Dybala sofreu e converteu penalidade. Na segunda etapa, já com o jogo decisivo, Vázquez inventou um passe primoroso para Dybala fazer mais um e Barreto, de fora da área, definiu o 5 a 0. (NO)

Genoa 2-2 Atalanta
O Genoa batalhou bastante e tirou a vantagem imposta pela Atalanta para conseguir um ponto no Marassi. No primeiro tempo, o time da casa chegou com força ao ataque apenas duas vezes. Edenílson não acertou o cabeceio após cruzamento de Lestienne e Matri parou em defesa de Sportiello. A Atalanta melhorou e saiu na frente, com Zappacosta. Ele recebeu bom lançamento de Baselli, passou por Edenilson e chutou na saída de Perin.

Na etapa final, Baselli se mostrou novamente assistente: ele roubou a bola de Roncaglia no meio de campo e deu passe perfeito para Moralez ampliar o marcador. Contudo, o árbitro deu pênalti de Benalouane em Matri logo na sequência; Iago Falqué converteu. Moralez perdeu uma grande oportunidade em contra-ataque, com Denis, e permitiu que o Genoa alcançasse o empate. Edenílson foi lançado atrás da defesa e deixou para Matri completar para o gol. O Genoa não deixou o Marassi com a vitória porque Sportiello, aos 50 minutos, fez uma defesa estupenda em finalização de Fetfatzidis. (MM)

Parma 1-0 Fiorentina
Depois de cinco jogos sem derrotas, a Fiorentina
voltou a cair. Diferente de antes, o mau futebol praticado pelos
comandados de Montella não foi o bastante para pontuar no Tardini e
novamente seus protagonistas falharam em reverter a má fase, até mesmo
porque os próprios estão em forma muito ruim. Porém, internamente, o clima está péssimo, e as notícias sobre a saída de Neto em fim de contrato atribularam o ambiente – Montella barrou o brasileiro e escalou Tatarusanu em seu lugar. Para o Parma, contando com
seu novo dono no estádio, foi a terceira vitória
no campeonato, dessa vez após seis jogos sem vencer. O
time segue na lanterna, com o Cesena, mas vê um futuro mais tranquilo à frente.

Em partida marcada pela falta de
precisão na conclusão das jogadas viola e também em boa atuação de
Mirante, o único gol saiu no primeiro chute a gol dos donos da casa, aos
10 minutos, e em bola parada. Depois de escanteio, a bola sobrou no segundo pau
e Costa conferiu. A Fiorentina, que já tinha o domínio da partida,
pressionou ainda mais e aos 34 teve a chance de empatar, porém Gómez
teve seu pênalti defendido. Na segunda etapa, o gol florentino não saiu,
o Parma tentou administrar o jogo com faltas e, para complicar ainda
mais, os visitantes tiveram seus dois zagueiros expulsos em cinco
minutos. Primeiro, Rodríguez ao levar o segundo amarelo, e depois Savic, que recebeu falta de Cassano, iniciou confusão em campo e levou o vermelho
direto. (Arthur Barcelos)

Empoli 0-0 Verona
Num dos 0 a 0 da
rodada, outro jogo marcado por faltas e cartões. Chances de gol e lances
de brilho, porém, foram pouquíssimos. Para o Empoli, um recorde
esquisito: cinco empates consecutivos no campeonato e o terceiro 0 a 0
seguido em casa, mesmo que a equipe de Sarri crie muitas chances e tenha
em Valdifiori um dos melhores meias da temporada, regendo um dos times
que mais toca a bola e cria oportunidades em bola parada. Já o Verona,
com seu futebol burocrático, conseguiu um ponto fora de casa e tem a tranquilidade de
saber que há times piores no campeonato. O risco de rebaixamento é
baixo.

Falando da partida em si, o domínio foi dos donos da casa,
que, contudo, têm sentido a falta de um protagonista no último terço do campo, já que os veteranos Tavano e Maccarone incapazes de concluir as jogadas em
gols. Protagonista, esse, que Toni falhou em ser na Toscana, perdendo
gol clamoroso. Quem foi ao Castellani ainda viu duas expulsões.
Tonelli e Hallfredsson, aos 65 e 77 minutos, ao receberam o segundo amarelo.
(AB)

Chievo 0-0 Torino
Nada de gols no Marc’Antonio Bentegodi. Chievo e Torino fizeram um dos jogos mais insossos da rodada e não saíram do zero. As formações defensivas, especialmente do Chievo, davam a dica de que encontrar espaço para a criação seria um problema. As primeiras chances foram do Toro, sem dar trabalho à a Bizzarri. Do outro lado, Padelli fez duas boas intervenções, nos chutes de Hetemaj e Paloschi.

Chutes sem direção foram a marca do segundo tempo. A entrada de Lazarevic deu novo ritmo ao ataque veronês, mas as chances foram poucas. Na melhor delas, a cobrança de falta do sérvio foi defendida pelo goleiro do Torino. O inevitável 0 a 0, apesar de Maran afirmar que o Chievo dominou o jogo, deixou as equipes na parte de baixo da tabela, embora com certa distância para a zona de rebaixamento. (CD)

Relembre a 16ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada
Handanovic (Inter); Baselli (Atalanta), Astori (Roma), Radu (Lazio), Lazaar (Palermo); Pogba (Juventus), Parolo (Lazio); Berardi (Sassuolo), Felipe Anderson (Lazio), Dybala (Palermo); Higuaín (Napoli). Técnico: Stefano Pioli (Lazio).

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