Serie A

19ª rodada: Franca superioridade

Pogba: “Ei, Roma, viu como se faz?” (La Presse)

Duas vitórias seguidas para a Juventus, dois tropeços em sequência para a Roma. O retrospecto recente das duas equipes fez com que a equipe de Turim abrisse cinco pontos de vantagem na liderança do Campeonato Italiano, algo inédito nesta temporada. A virada de turno não poderia ser melhor para a tricampeã nacional, que dia após dia joga na cara do país a sua superioridade frente a todas as outras equipes. A rodada também foi boa para Napoli, Sampdoria e Fiorentina. Acompanhe o resumo.

Juventus 4-0 Verona
72 horas após o confronto finalizado em 6 a 1 pela Coppa Italia, Juventus e Verona voltaram a se encontrar em Turim. Dessa vez, a Juve conquistou uma vitória mais simples, de “apenas” 4 a 0. Com o resultado, a Velha Senhora aumentou sua vantagem na liderança, que pela primeira vez neste campeonato chegou aos 5 pontos. Ainda sem Vidal (febre) e com Llorente no banco de reservas, o time da casa marcou o primeiro gol com um petardo de fora da área de Pogba, aos 3 minutos. Na sequência, ele fez o corta-luz para Tévez dobrar a vantagem – as duas assistências foram realizadas por Morata.

Se Rafael salvou um bonito chute de Pirlo em cobrança de falta, ele não conseguiu parar Pereyra, que após jogada de Chiellini, fez 3 a 0. Ainda sobrou tempo para Tévez ir novamente à rede, no segundo tempo, e decretar o resultado final da partida. O jogo provou novamente que o Verona, 14º colocado, não somente tem um elenco muito inferior ao do atual tricampeão italiano, mas como o técnico Mandorlini tem dificuldade para posicionar seus três zagueiros em campo. Rafael Marques, Rafa Márquez e Rodriguez jogaram mal demais nas duas partidas. (Murillo Moret)

Palermo 1-1 Roma
A Juventus abriu vantagem porque a Roma tropeçou novamente. Seja lá qual for o motivo, o time de Rudi Garcia não reagiu nada bem ao 7 a 1 sofrido contra o Bayern em pleno Olímpico, no final de outubro. Desde então, a produtividade e o bom futebol que marcou o desempenho romanista desde a última temporada evaporou. Na Liga dos Campeões, mais duas derrotas e a eliminação da competição, enquanto na Serie A, apenas uma derrota, mas vários empates e vitórias magras e sofridas. Para o Palermo, que claramente não tem forças para brigar por algo a mais, apesar de ter dois entre os melhores jogadores do campeonato, Vázquez e Dybala, mais um ponto contra um grande e a presença na primeira parte da tabela.

Logo no segundo minuto de bola rolando, um erro clamoroso na saída giallorossa, como ocorreu várias vezes contra o Bayern, resultou no gol dos donos da casa. Astori fez passe fraco e ruim para Strootman, por sua vez lento e antecipado por Vázquez. O meia enfiou bola para Dybala, totalmente livre entre Florenzi e Yanga-Mbiwa, chutar com ainda mais facilidade contra um vencido De Sanctis. A reação da Roma não existiu e o Palermo seguiu melhor em campo até o intervalo. A partir de então, os visitantes foram atrás do placar e levaram certo perigo. O gol mesmo acabou saindo em erro defensivo do adversário na bola parada, quando Pjanic cobrou falta no segundo pau para Strootman tocar para Destro, na pequena área, empatar a partida. Sem sucesso, o time de Garcia tentou a virada, mas esbarrou nas próprias deficiências e teve de se contentar com um ponto. (Arthur Barcelos)

Lazio 0-1 Napoli
Depois de seis jogos de invencibilidade, a Lazio caiu em casa justamente contra quem não deveria, o Napoli, hoje seu principal rival na briga pela última vaga na Liga dos Campeões. Pesaram os desfalques de Mauri e Felipe Anderson, sobretudo, mas também a má leitura de jogo de Pioli na manhã de domingo. O técnico foi batido com boa margem por Benítez, que montou boa estratégia e também teve a felicidade de não contar com um dia ruim de seus irregulares defensores. Uma vitória que pode dizer muito daqui pra frente. Isso, claro, se os partenopei mantiverem esse ritmo – o que não aconteceu com quem ocupou a terceira posição até agora.

Na partida de bom ritmo e chances de gols, o Napoli realizou o único tento justamente na primeira vez que chutou contra o gol de Berisha, através de Higuaín. Ele venceu Radu facilmente e acertou chute improvável de um ângulo dificílimo, após enfiada de bola de Mertens. O argentino e o belga foram as principais armas ofensivas do time de Benítez, que criava a maioria das chances em contra-ataques, cedidos por uma Lazio pouco construtiva e dependente dos lances individuais de Keita, da força de Djordjevic e dos pés de Candreva. Ainda assim o bastante para levar perigo, mas não para bater Rafael e a defesa napolitana. Nem mesmo Klose e sua inteligência levaram ao empate no segundo tempo. Na verdade, a tentativa resultou na perda do meio de campo dos donos da casa, o que facilitou ainda mais a vida dos visitantes no setor. (AB)

Milan 0-1 Atalanta
Caótico em campo, o Milan sucumbiu a uma organizada Atalanta em um duelo de equipes da Lombardia. No dia seguinte ao tropeço, o presidente Berlusconi foi categórico: “é inaceitável perder partidas contra times de jogadores que ganham cinco vezes menos que os nossos”. As vaias da torcida em San Siro, as desculpas dos jogadores ao final do jogo e a discussão entre Cerci e Abate mostram que as coisas não andam muito bem em Milão. Já são quatro derrotas em casa na temporada – a segunda consecutiva –, um time em grande parte pouco coeso, e a 8ª posição na tabela. Melhor para a Atalanta, que subiu para os 20 pontos e, agora, tem quatro acima da zona de rebaixamento. Um suspiro de alívio.

No primeiro tempo, os rossoneri erraram demais, e não fosse por uma ou outra tentativa de El Shaarawy, pouco teriam criado. Melhor em campo, o time visitante carimbou a trave, com Denis, e chegou ao gol com o próprio argentino, aos 33, após passe de Moralez. O baixinho, ao lado de Cigarini e Carmona, dominou as ações na faixa central do campo, muito por causa da péssima partida de Montolivo, que deixou o campo vaiado – Cerci, que jogou ainda pior, só não foi vaiado porque foi substituído no intervalo. (Nelson Oliveira)

Chievo 1-2 Fiorentina
Aproveitando o vacilo dos concorrentes diretos, a Fiorentina deu um importante passo para entrar de vez na briga pela Liga dos Campeões. No Marc’Antonio Bentegodi, a equipe viola sofreu para bater o fraco Chievo. Já nos acréscimos da partida, coube ao jovem Babacar, que substituiu o contestado Gómez, fazer o gol que garantiu a 6ª colocação à equipe, apenas três pontos atrás do terceiro colocado Napoli.

Jogando em casa e precisando da vitória, o Chievo criou as primeiras chances, mas aos poucos a Fiorentina tomou conta do jogo e encontrou o gol aos 35 minutos, com Gonzalo Rodríguez, completando cruzamento quase embaixo do gol. O Chievo voltou melhor na segunda etapa e chegou ao gol de empate. Pellissier apareceu sozinho na área e finalizou para igualar. A virada só não chegou porque Tatarusanu realizou duas grandes defesas e impediu os gols de Paloschi e Pellissier. A vitória da equipe de Montella chegou no minuto 94, quando Babacar trombou com o defensor e, de cabeça, colocou no canto de Bizzarri. Gol irregular, porque o atacante fez a carga no adversário. (Caio Dellagiustina)

Parma 0-2 Sampdoria
Depois de perder suas duas últimas partidas como visitante, a Sampdoria voltou a encontrar o caminho das vitórias e golpeou um combalido Parma, que já se encontra nove pontos atrás do último time fora da zona de rebaixamento. O time doriano, por sua vez, divide a 3ª posição com o Napoli, com 33 pontos, à espera de Eto’o e Muriel, mas também tentando apagar o incêndio dos litígios entre Okaka e o técnico Mihajlovic.

O treinador sérvio novamente escalou Bergessio no lugar do italiano de origem nigeriana – Éder completava o ataque blucerchiato. Após um primeiro tempo que terminou igualado em 0 a 0 e com poucas oportunidades, o ritmo subiu após o intervalo. Logo aos 9 da segunda etapa, Soriano achou Éder na corrida. O atacante, melhor atleta brasileiro nesta temporada na Bota, se livrou da marcação e cruzou na medida para Bergessio empurrar para as redes. Aos 25, Duncan cruzou na área, Bergessio cabeceou na trave e Soriano, no rebote, deu números finais ao jogo. Desta vez, Cassano não sorriu contra sua antiga equipe, contra a qual tinha cinco vitórias em seis jogos. Sinal dos tempos. (NO)

Genoa 3-3 Sassuolo
Jogo movimentado em Gênova, no duelo entre Gasperini e Di Francesco e seus ousados times, que também têm várias deficiências quando não estão atacando. Não à toa, vimos a partida com mais gols da rodada e com empate que acabou não sendo bom para nenhuma das agremiações. Os grifoni chegaram a cinco jogos sem vencer e ao terceiro tropeço em casa seguido, enquanto o Sassuolo lamenta mais uma vez por ter tido a vitória em três momentos e ter deixado os três pontos escapulirem nos acréscimos. Não é novidade: o mesmo aconteceu contra Cesena e Udinese, e o time também perdeu pontos nos finais contra Palermo e Roma.

Dominante desde o primeiro minuto, o Sassuolo abriu o placar aos 19 em cobrança de pênalti de Berardi. Os visitantes seguiram pressionando, mas os donos da casa responderam rápido, em boa jogada de Lestienne, que se redimiu do erro e da falta que originaram a penalidade. O belga tocou para Falqué chutar na saída do goleiro e empatar. Mesmo com bom ritmo, o placar não foi mexido mais na primeira etapa. Em compensação, a partida ficou ainda mais emocionante no segundo tempo. Aos 50, após desatenção do Genoa em escanteio, a bola sobrou para Missiroli fazer 2 a 1. Só que no ataque seguinte, os grifoni voltaram a empatar, novamente com jogada de Lestienne, dessa vez concluída por Fetfatizidis, depois de driblar o goleiro. Mais? Claro. Os donos da casa passaram a dominar a partir de então, porém em erro clamoroso de Izzo, Zaza recuperou a bola e tocou para Berardi fazer o terceiro, aos 69. Mas como a partida só acaba no apito final, aos 91, Magnanelli derrubou Kucka na área, e Fetfatizidis deu números finais ao cotejo em cobrança de pênalti. (AB)

Cesena 2-3 Torino
Depois de abrir 2 a 0, o Torino quase deixou a vitória escapar contra o vice-lanterna da Serie A, mas com um gol do estreante Maxi López, já no final do jogo, conquistou uma importante vitória que afastou a equipe granata das última colocações. Com camisas alternativas (o Cesena de rosa, em homenagem ao ex-ciclista Marco Pantani, e o Torino de azul), as equipes deixaram a desejar no começo da partida. Foi aí, aos 20 minutos, que Benassi acertou um belo chute, no ângulo de Leali. A torcida do Torino ainda comemorava quando Quagliarela anotou o segundo, quebrando um jejum que já durava três meses.

Já no final da primeira etapa, um pênalti de Padelli em Brienza reacendeu a partida. Na cobrança, o camisa 11 não desperdiçou e diminuiu a vantagem. No segundo tempo, o Cesena partiu para o ataque mas não conseguiu aproveitar as oportunidades. Até que, aos 40, Jansson colocou a mão na bola, numa jogada sem perigo e o árbitro assinalou nova penalidade. Brienza mais uma vez não perdoou e igualou o placar. Mas a partida não estava acabada e, dois minutos depois, Maxi López recebeu lindo passe de Quagliarella e marcou o gol que deu os três pontos para a equipe de Turim. (CD)

Udinese 2-2 Cagliari
Atuando fora de casa, o Cagliari saiu na frente da Udinese com um gol do brasileiro João Pedro. Os brasileiros, aliás, fizeram a farra na partida. Allan, ex-Vasco, deixou tudo igual no segundo tempo após uma bonita finalização. Para passar à frente do marcador, na jogada seguinte, Théréau desviou o cruzamento de Di Natale para balançar a rede.

A bandeira do time friuliano teve a oportunidade de marcar o terceiro, porém, não conseguiu finalizar depois do passe de Théréau. No último minuto de jogo, Heurtaux colocou a mão na bola e permitiu que Danilo Avelar empatasse em cobrança de pênalti. Com o resultado, a Udinese se manteve no meio da tabela, enquanto o Cagliari somou um pontinho que o mantém próximo de deixar a zona de descenso. (MM)

Empoli 0-0 Inter
No Carlo Castellani, partida muito fraca entre Empoli e Inter, que protagonizaram o único 0 a 0 da rodada. O resultado acabou não sendo tão ruim para a Beneamata, pela forma como se deu o jogo: melhor em campo, o aguerrido time da casa – que já tirou pontos de outros times grandes, como Milan, Lazio, Fiorentina e Napoli – deu um calor nos nerazzurri, que contaram com a resposta de Handanovic para ficarem com o empate.

Muito pouco criativa, a Inter esbarrou nos soldadinhos de Sarri, que correram bastante para tentar igualar o jogo, num duelo em que a vontade superou o abismo técnico. Nem mesmo os recém-contratados Podolski e Shaqiri incidiram no jogo. Icardi, Guarín e Hernanes, por sua vez, tiveram desempenhos horrorosos. Na melhor chance da Inter, Palacio desperdiçou. Faltou ao time de Mancini trabalhar mais a bola, algo que precisará ser corrigido nas próximas semanas se o time quiser brigar por vaga europeia. (NO)

Relembre a 18ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada
Handanovic (Inter); Stendardo (Atalanta), Rodríguez (Fiorentina), Albiol (Napoli); Lestienne (Genoa), Pogba (Juventus), Duncan (Sampdoria), Cigarini (Atalanta); Quagliarella (Torino), Tévez (Juventus), Berardi (Sassuolo). Técnico: Massimiliano Allegri (Juventus).

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