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Subestimados do calcio: Daniele Conti

Na Itália, poucos meio-campistas são tão completos quanto Daniele Conti. Líder nato, o jogador alia boa marcação à técnica necessária para distribuir passes precisos, dando-lhe uma capacidade ímpar de organização de jogo. Seu sucesso clubístico, porém, é discreto. Com 31 anos, ele não possui nenhuma experiência em âmbito europeu, e jamais passou pela sensação de disputar as primeiras posições de uma tabela. Ótimo meia que é, Conti, portanto, torna-se mais um nome para o rol de subestimados da Serie A.

Nascido em Netuno, pequena cidade próximo à capital italiana, a pressão futebolística não poderia ser menor: seu pai, Bruno Conti, é nada menos que um dos maiores ídolos da história da Roma. Daniele, ao lado de seu irmão Andrea – hoje com 33 anos, jogador do Bellinzona, da Suíça -, ingressou nas categorias de base dos giallorossi. Estreou pelo clube em 96, e lá ficou até 99, totalizando míseras seis atuações. Seu momento mais notável como romanista foi o gol contra o Perugia, na temporada 1998-98, na vitória por 5 a 1.

Sem oportunidades na capital, Conti foi cedido ao Cagliari em co-propriedade. Se em Roma ele era indiferente ao elenco, na Sardenha a pressão começou a pesar. Frequentemente comparado ao pai, não demonstrou resultado tão rapidamente. Mesmo assim, teve seu passe adquirido por completo. Foi após a queda dos rossoblù na temporada 1999-00 que Daniele começou a chamar a atenção por conta própria.

Durante três temporadas de inúmeras trocas de treinador, o Cagliari figurou na Serie B. A chegada de Gian Piero Ventura, em 2002, começou a mudar a situação. Ele já havia feito o clube subir, em 98, e o salvado no ano de 99. Nada de mais glorioso acontecera depois de sua saída. Em seu retorno, a oitava posição – embora superior às medianas dos dois anos anteriores – não bastou. A temporada 2003-04, porém, viu o Cagliari empatar com o Palermo na primeira colocação e subir à divisão máxima. Inquestionável citar Gianfranco Zola como outra peça essencial à ascensão rossoblù.

Conti não foi aproveitado em Roma e virou ícone do Cagliari (Getty)

Se lá na frente Zola, Esposito e Suazo elevavam o nível do time, alguém mais discreto lhes dava suporte. Daniele Conti, já totalmente estabelecido no clube e na cidade, tornava-se uma alternativa para receber a braçadeira de capitão. Na temporada 2004-05, o Cagliari chegou em décimo na Serie A e às semifinais da Coppa Italia. Zola se aposentou, Esposito, Suazo e outros bons nomes deixaram a Sardenha. Conti, entretanto, era inamovível, e assim assumiu a responsabilidade na equipe.

Os anos seguintes contaram com outras campanhas medianas, sem muito brilho. Capitão em várias oportunidades – oficialmente, o dono da tarja é Diego López -, Daniele Conti já é por anos um dos pilares de um Cagliari que deixou de lutar desesperadamente para não cair. O meia certamente poderia ter recebido melhores oportunidades na sua carreira. Já sondado por clubes melhores e mais estruturados – na semana passada, teve seu nome ligado ao Palermo -, Daniele afirma que não deixa a Sardenha.

Ironicamente, marcou um golaço na Roma, na temporada passada, em pleno Olimpico. As câmeras logo focaram seu pai, que deve ter pensado em como o talento de Daniele poderia ter sido mais bem aproveitado na equipe em que cresceu.

Daniele Conti
Nascimento: 9 de janeiro de 1979, em Netuno, Itália
Posição: meio-campista
Clubes: Roma (1996-99), Cagliari (1999-hoje)

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