Jogadores Técnicos

Alfredo Foni foi um dos grandes zagueiros do período entreguerras

Como jogador, Alfredo Foni foi um dos melhores zagueiros do período entreguerras. Na época, o que hoje os italianos chamam de centrale era conhecido pelo nome de terzino: os jogadores da “terceira linha”, a última barreira do adversário antes de encontrar o gol, no popular 2-3-5 daqueles anos. Nesse papel é que Foni conquistou as principais glórias da carreira, jogando como terzino destro no 2-3-2-3 de Vittorio Pozzo ao final dos anos 30. Esse esquema ficaria conhecido como metodo, uma evolução em relação à vitoriosa escola de Danúbio que tanto vencera com o Uruguai.

Foni se consagrou fazendo uma dupla histórica com Pietro Rava, tanto na Juventus quanto na seleção. Jogaram juntos de 1935, quando o último se profissionalizou, a 1947, quando o primeiro abandonou a carreira de jogador. Os dois, junto de Sergio Bertoni e Ugo Locatelli, até hoje são os únicos italianos que venceram tanto a Copa do Mundo quanto os Jogos Olímpicos.

Como treinador, Foni foi bicampeão nacional pela Inter (Arquivo/Inter)

Nascido no Friuli, Foni estreou com apenas 16 anos pela Udinese, que então jogava na Seconda Categoria, a segunda divisão italiana à época. Com o surgimento da Serie A, em 1929, foi logo contratado pela Lazio, onde se destacou antes de passar três bons anos no Padova. Surgiu, então, a grande oportunidade da carreira: substituir Virginio Rosetta, segundo capitão da história da Juventus, que deixava o futebol após treze anos de clube. Consagrou-se em Turim: entre 1935 e 1942, inclusive, passou sete anos sem deixar de jogar uma só partida do clube.

Formado em Economia e Comércio, estreou pela Seleção Italiana já na Olimpíada de Berlim, em 1936, conquistando a medalha de ouro. Suas boas apresentações com a camisa azzurra logo botaram no banco Eraldo Monzeglio, então considerado por muitos o melhor jogador da posição. O que não impediu que o então terzino da Roma visse do banco o bicampeonato mundial italiano, em 1938. Foni deu adeus à seleção em 1942, apenas 23 partidas e tantas glórias depois de sua estreia.

No fim da carreira, Foni se estabeleceu na Suíça e até treinou a seleção helvética (Blick/RDB/ullstein bild/Getty)

Como treinador, estreou logo que abandonou a carreira de jogador na Juve. Após passagens infelizes por Venezia e Sampdoria, o sucesso veio na Internazionale, que em suas mãos venceu duas vezes a Serie A. O time, naqueles anos, se destacou pela força da defesa, compacta e numerosa. Tão criticado no início, os resultados serviram para calar seus críticos. Mas a carreira praticamente naufragou em 1958, quando fez parte da comissão técnica da campanha que não classificou a Itália para a Copa daquele ano. Torneio que só voltaria a disputar, sem sucesso, com a seleção suíça, em 1966.

Alfredo Foni
Nascimento: 20 de janeiro de 1911, em Údine, Itália
Morte: 28 de janeiro de 1985, em Lugano, Suíça
Posição: zagueiro
Seleção italiana: 23 jogos
Clubes como jogador: Udinese, Lazio, Padova e Juventus
Títulos como jogador: Serie A (Juventus, 1935), Coppa Italia (Juventus, 1938 e 1942), Ouro olímpico (Itália, 1936), Copa do Mundo (Itália, 1938)
Clubes como treinador: Venezia, Sampdoria, Inter, Seleção italiana, Roma, Seleção suíça, Inter, Bellinzona, Mantova e Lugano
Títulos como treinador: Serie A (Inter, 1953 e 1954) e Copa das Feiras (Roma, 1961)

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