Liga dos Campeões

Pesadelo por um triz

Cassano viu de perto a eliminação da Sampdoria. Mas Pazzini salvou, ao menos por enquanto (AP)

Quando todos os redatores já começavam a traçar os motivos de uma forte queda da Sampdoria nos play-offs da Liga dos Campeões, Pazzini mudou o rumo dos textos. Os dorianos perdiam por 3 a 0, com um jogador a menos, mas viram o último esforço de seu camisa 10 recolocar o time na briga por uma vaga na fase de grupos do torneio.

A venda de Özil para o Real Madrid desfalcou o Werder Bremen de seu melhor jogador. Do lado da Sampdoria, o ataque com Cassano e Pazzini, além do entrosamento da base mantida da temporada passada, eram as grandes esperanças de classificação. Mas Cassano esteve apagado e, durante todo o jogo, só incomodou em dois ou três passes bem feitos.

Pazzini foi mais efetivo. Pegou poucas vezes na bola, mas teve um gol anulado por impedimento, acertou a trave de Wiese depois de belo drible em Fritz e foi decisivo com o gol de honra que permitiu aos blucerchiati sonharem com a classificação. Aos 44 minutos do segundo tempo, Stankevicius disparou pela direita e cruzou da intermediária para que ele marcasse, nas costas de Mertesacker.

O cruzamento de Stankevicius cria boa dúvida sobre as decisões de Domenico Di Carlo, estreante como técnico em competições europeias. Ele optou por improvisar o jovem zagueiro Volta como lateral, em detrimento ao lituano. Volta fez uma partida nervosa, só se recuperando quando foi ao miolo da defesa para cobrir a expulsão de Lucchini. Di Carlo, então, colocou Stankevicius em campo no lugar de Semioli, que pouco produziu. Em alguns minutos, o substituto fez mais pelo lado direito do que os dois que estiveram por ali até então.

A escolha de Tissone como titular também será discutida por algum tempo. Esperava-se que Poli tivesse continuidade, após grande temporada de estreia com a camisa da Sampdoria. Mas Di Carlo optou pelo argentino, que falhou na saída de bola que originou o primeiro gol do Werder Bremen e pôs todo o jogo a perder.

A partir da bomba de Fritz que abriu o placar, o Werder abafou e quase decidiu o confronto em 15 minutos. Com a marcação doriana muito frouxa pelas laterais, principalmente na esquerda, Lucchini ficou à deriva e levou dois cartões amarelos em quatro minutos. No último, deu a Frings o pênalti do segundo gol dos papagaios. Descontrolada, a Samp se abriu e sofreu o terceiro, de Pizarro, em lindo passe de Hugo Almeida.

O gol de Pazzini salva algo do trabalho de um time que jogou em bom nível no primeiro tempo, mas que se perdeu fisicamente. O ataque pelos flancos, ponto forte da Samp de Delneri, segue adormecido nesta temporada. Pela direita, Volta e Semioli estiveram completamente fora de sintonia. No lado esquerdo, Ziegler, ainda fora de forma, tentava marcar – mas Mannini não auxiliava na defesa, nem era eficiente no ataque.

Na próxima semana, sem Lucchini na defesa, a Sampdoria terá de reverter no Marassi o placar. Para se classificar para a fase de grupos, terá de vencer com, pelo menos, dois gols de diferença. A lição para Di Carlo é simples. Aproveitar o futebol in memorian que Delneri deixou de herança para a partida que dará o tom do resto da temporada do clube, de volta à Liga dos Campeões após 18 anos.

Veja o relato e os gols da partida.

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4 comentários

  • Era um bom jogo pro Cassano arrebentar e começar a refazer seu nome, que praticamente se restringe à Itália – embora seu único título seja o campeonato espanhol. A Liga dos Campeões traz o momento pra ele chamar a responsabilidade e arrebentar; porque sempre se provou com um potencial imenso, mas não um craque 'carimbado'. Por mais que destrua em várias partidas da Serie A, Cassano ainda tá devendo, e não é sumindo nesse tipo de jogo que vai se consagrar.

  • Bom, antes de tudo parabéns pelo site. Já há algum tempo que venho acompanhando, embora seja meu primeiro comentário.

    Apesar de leve torcedor Milanês, tenho que admitir que o futebol encantador da Samp do último ano acabou me encantando, ao contrário de um Milan sem perspectiva para os próximos anos.

    Sobre o jogo: uma decepção. Como ressaltado, o jogo pelos flancos que enchia os olhos no último ano, esteve NULO.

    Duas escolhas no mínimo decepcionantes, como dito: Volta pra LD e Tissone. A dde volta até se explica caso a intenção do técnico seja de um lateral que flutue entre os lados e a zaga, ora liberando os outros jogadores e, na maior parte, reforçando a defesa. Mas a escolha de Tissone foi ridícula…. botar a mais bela promessa do time, Poli, ou até mesmo Dessena, para colocar Tissone é uma piada. Criatividade no meio de campo zero, somando-se isso às laterais ineficientes… vai ser difícil hein!?

    Pontos positivos: Curci, apesar dos 3 gols, teve uma boa partida. Pazzini, tirando leite de pedra na frente da armação péssima do time. Stankevicious e Ziegler, apesar da carência ofensiva deste.

    abraços

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