Serie A

25ª rodada: Briga quente pela Europa

Rannochia se preocupou com Toni e Matri ficou livre para marcar o gol da vitória juventina contra a Inter (Getty Images)

A 25ª rodada da Serie A serviu para dar uma mexida geral na área europeia da tabela. No jogo mais esperado do fim de semana, a Juve venceu a Inter e voltou para a zona de classificação da Liga Europa, passando Roma e Palermo, que perderam para Napoli e Fiorentina, respectivamente, e agora estão fora das zonas europeias. Inter e Lazio trocaram de posição e agora são os biancocelesti que ocupam a terceira colocação. Enquanto isso, a Udinese manteve o bom momento e subiu mais um posto na tabela, encostando em Inter e Lazio por uma vaga na Liga dos Campeões. Na parte de baixo, poucas mudanças significativas na classificação. Acompanhe os resumos.

Juve 1-0 Inter
Em Turim, Delneri escalou um time que parece ter sido feito sob encomenda para enfrentar a Inter. A opção por Toni e Matri no ataque funcionou bem para explorar a deficiência aérea da zaga interista: no lance do gol, Toni (o mais alto) puxou a marcação de Ranocchia e deixou Matri sob a tutela do baixo Córdoba (1,73m), que errou o tempo, não alcançou a bola em seu salto e deixou que o atacante cabeceasse com tranquilidade para o fundo das redes, em belo cruzamento do garoto Sorensen. E a assistência para Matri não foi o único ponto notável da atuação do jovem dinamarquês. Ele também mostrou muita confiança e anulou Eto’o, em sua pior partida com a camisa da Inter, durante quase todo o jogo.

A escalação de Chiellini de novo na lateral esquerda foi outro acerto. Com ele por ali, Maicon era barrado antes de alcançar a linha de fundo e tinha de cruzar as bolas mais de longe. Chiellini computou seis bolas recuperadas e sete cruzamentos para dentro da área nerazzurra, se saindo um ótimo lateral. No meio, o recuo de Felipe Melo foi bom tanto para o brasileiro, que fez uma grande partida e só saiu por conta de dores musculares, quanto para Aquilani, que ficou mais livre para a criação e apareceu muito bem no jogo. Na zaga, Barzagli vem se saindo uma ótima dupla para Bonucci, apesar das críticas na época da contratação, e não teve problemas para anular Pazzini.

Do lado da Inter, o primeiro tempo totalmente apagado pesou no resultado final. O meio-campo não funcionou e Sneijder parece nunca ter entrado em campo. No segundo tempo, com a entrada de Pandev no lugar de Kharja, mudando do 4-3-1-2 para o 4-2-3-1, o time melhorou muito e passou a criar chances de gol. Mas o dia era da Juventus: já nos acréscimos, Eto’o acertou o travessão com Buffon já vencido no lance, desperdiçando sua terceira chance clara no jogo. Agora, os nerazzurri estão a -8 do Milan e não podem deixar que a derrota no dérbi se transforme em crise. No meio da semana o time joga contra a Fiorentina, para recuperar a partida a menos que tem e o resultado positivo é essencial para se aproximar do rival de Milão. Para a Juve, a vitória deve servir como fator motivador e põe a Velha Senhora de volta na briga por uma vaga na Champions.

Palermo 2-4 Fiorentina
Quem perdeu a chance de entrar definitivamente na briga pela Liga dos Campeões foi o Palermo. A derrota para a inconstante Fiorentina em seus territórios pode pesar no final. O jogo que marcou a primeira vez que os viola venceram fora de casa nesse campeonato teve também a volta de Mutu ao time titular: o romeno fez boa partida e foi importante nas ações ofensivas principalmente da primeira etapa, que acabou em 1 a 1, com gols de Pastore e Gilardino.

As maiores emoções ficaram mesmo para a segunda etapa. O Palermo voltou do intervalo em outro ritmo e logo aos 3 minutos Nocerino fez 2 a 1 para os donos da casa. O gol não reduziu o ímpeto e, com Ilicic, Pastore, Nocerino e Miccoli, o time continuou a procura do terceiro gol, que traria tranquilidade. Mas ele não saiu. Pelo contrário, foi a Fiorentina que achou um gol aos 25, com o jovem zagueiro Camporese, que aproveitou cobrança de escanteio e marcou seu primeiro gol na Serie A. Logo depois, Ljajic entrou para mudar de vez a partida. O garoto sérvio decidiu em dois lances: no primeiro, cruzou para a área e contou com a ajuda de Bovo para virar o jogo, e, no segundo, deu passe para Montolivo marcar e definir a partida. Os três pontos fazem a Fiorentina subir uma posição, mas não mudam o fato de que o time já não tem muitas pretensões para essa temporada.

Cesena 0-3 Udinese
Ainda falando na briga pela Europa, a Udinese continuou em sua curva ascendente e não deixou o Cesena estragar seus planos. Com a vitória fora de casa, os friulianos chegam aos 43 pontos e encostam na zona de classificação para a Liga dos Campeões de uma vez por todas, ficando a apenas um ponto da Inter (quarta colocada, com um jogo a menos) e a dois da Lazio (terceira). Já o Cesena continua na zona de rebaixamento, com 14 derrotas no campeonato, e já rondam novos rumores de troca de técnico.

Enquanto o time de Guidolin entrou em campo com o mesmo conjunto das últimas sete partidas, Ficcadenti continua a procura de uma formação satisfatória. No domingo, jogaram Rosina no ataque, Sammarco no meio de campo e Felipe na zaga. O primeiro até se movimentou bem, mas perdeu muitas chances e não encostou o suficiente em Bogdani. A Udinese, que nada tem a ver com isso, aproveitou, com cinismo: Di Natale abriu o placar no primeiro tempo, quando os donos da casa estavam melhores, Inler ampliou após boa jogada de Armero, já na segunda etapa, e Di Natale de novo, agora com 18 gols, fechou a conta aos 30.

Brescia 0-2 Lazio
A Lazio não teve muitos problemas para vencer o Brescia no Rigamonti. Os donos da casa entraram em campo em ritmo muito lento e a Lazio soube aproveitar e tomar conta das ações. Na primeira de maior perigo já saiu o gol: Lichtsteiner recuperou a bola, tocou para Ledesma e logo depois recebeu de volta, para cruzar na cabeça de González, que abriu o placar ainda aos 17 minutos do primeiro tempo. As bolas para o alto e longos lançamentos do Brescia nunca chegavam a Éder e Diamanti e o time não levou perigo ao gol de Muslera em nenhum momento.

Na volta do intervalo, os rondinelli entraram com outra disposição e deram trabalho ao goleiro biancocelesti pelo menos duas vezes, com Lanzafame e Éder. No entanto, o bom momento não durou muito: aos 13, Kozák, ex-jogador do Brescia, ampliou o placar e retomou a tranquilidade da Lazio, abatendo a equipe bresciana. Foi o quarto jogo seguido em que o atacante tcheco entrou como titular e já é seu quinto gol na temporada. A vitória é a primeira da Lazio fora de casa desde o dia 31 de outubro, quando venceu o Palermo na Sicília. Os três pontos dão um pouco de tranquilidade a um time que começava a ser questionado quanto à qualidade para se manter no topo. O Brescia perdeu a oportunidade de sair da zona de rebaixamento, uma vez que o Lecce perdeu para o Catania.

Catania 3-2 Lecce
Na briga direta pela salvezza, jogo nervoso e com duas viradas. E quem quem se deu mal no final foi o Lecce. Os visitantes começaram perdendo (gol de Silvestre), conseguiram virar o jogo em menos de cinco minutos (com Jeda e Munari), mas levaram dois gols de Lodi nos dez minutos finais e cederam a vitória ao Catania, salvando o cargo de Simeone, que balança no comando rossoblù, mas ganha sobrevida com a primeira vitória desde que assumiu o time. Durante a partida, o árbitro distribuiu seis cartões amarelos (cinco para o Lecce e um para o Catania) e um vermelho, para Giacomazzi, no final, por reclamação. Os dois belos gols de Lodi dão pontos importantes para o Catania, que agora escapa um pouco da zona de perigo.

Bari 0-0 Genoa
Bari e Genoa fizeram o único jogo sem gols da rodada. E, dessa vez, falta de gols resultou sim em jogo chato. As únicas chances de mais perigo aconteceram com Palacio, no primeiro tempo, e Okaka, já no final, mas o goleiro Eduardo esteve bem. Okaka chegou a marcar um gol, bem anulado pelo árbitro por falta de Castillo. Destaque para a estreia de Bortolo Mutti no comando da equipe biancorossa. O técnico promoveu algumas mudanças, como a volta de Ghezzal ao time titular e o uso de Bentivoglio na ala esquerda, e um empate contra o Genoa não foi de todo ruim para um clube em crise. Mas os poucos 15 pontos, seis abaixo do penúltimo colocado Cesena, não dão muitas esperanças para seus torcedores. O Genoa permanece no meio da tabela, sem muitas perspectivas.

Cagliari 4-1 Chievo
No Sant’Elia, o Cagliari não precisou de mais do que 45 minutos para matar o jogo. O Cagliari voltou a jogar com dois atacantes (Lazzari foi sacado para Nenê voltar ao time titular) e os times saíram para o intervalo já com 3 a 0 no marcador. Conti fez o primeiro, Canini ampliou e Nenê fechou os trabalhos da primeira etapa. No segundo tempo, o brasileiro ainda fez mais um, se mostrando como um bom substituto para Matri. Théréau fez o de honra do Chievo. Assim, o Cagliari de Donadoni alcança os 35 pontos (24 deles conquistados depois da chegada do treinador) e começa a sonhar com uma vaga na Liga Europa. No sábado, o time passará por uma prova de fogo, quando visita a Inter. Do lado do Chievo, Constant voltou a ser o melhor em campo, depois de passar dois meses sumido.

Sampdoria 3-1 Bologna
O jogo que, em termos de tabela não mudaria muito a colocação de nenhuma das equipes, serviu pelo menos para a Sampdoria recuperar um pouco da moral, perdida há mais de um mês, quando venceu pela última vez. Moral recuperada no momento certo, a três dias do dérbi contra o Genoa, em partida atrasada da 17ª rodada. Antes da partida de ontem, os blucerchiati somavam 20 gols marcados, sendo que dez deles tinham o nome de Cassano ou Pazzini, e a equipe já estava a mais de um mês sem marcar. Contra o Bologna, finalmente, a artilharia voltou a ação, mas não exatamente com artilheiros: Palombo, Gastaldello e Maccarone, os autores dos gols da Samp, fizeram seus primeiros gols no campeonato, ontem. Destaque também para Poli, que fez grande apresentação no meio e deu ritmo ao time. Do lado rossoblù, partida para esquecer.

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Seleção da 25ª rodada
Buffon (Juventus); Sorensen (Juventus), Gastaldello (Sampdoria), Cannavaro (Napoli), Chiellini (Juventus); Conti (Cagliari), Lodi (Catania), Ljajic (Fiorentina); Cassano (Milan); Cavani (Napoli), Di Natale (Udinese). Técnico: Roberto Donadoni (Cagliari).

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