Serie A

Mais um baque

Tchau, tô indo, já fui: com saídas de Ibrahimovic e Thiago Silva, futebol italiano recebe mais um golpe forte. O apelo pelo campeonato é menor a cada ano (Getty Images)

“Sim, vendi Thiago Silva e Ibrahimovic ao Paris Saint-Germain. Nós iremos economizar 150 milhões de euros pelos próximos dois anos”. Foi assim que, entrevistado pela Sky Sport 24, Silvio Berlusconi, dono do Milan, declarou que havia vendido os dois principais jogadores do time. Apesar da entrevista do mandatário rossonero, ainda não houve confirmação oficial dos clubes porque Mino Raiola, agente de Ibra, negocia salários com os diretores da equipe parisiense. De qualquer forma, o negócio parece fechado e, sem dúvida alguma, é daí que sairão os fundos para a renovação do elenco do Milan. Por outro lado, é mais um sinal de apequenamento do futebol italiano, que já teve os principais jogadores do mundo e hoje passa por uma longa crise.

Thiago Silva e Ibrahimovic são, ao lado de Sneijder, Pirlo, Del Piero e Totti, as estrelas de maior apelo internacional do futebol italiano. Sua venda não é apenas ruim, em termos de marketing, para o Milan, mas para todo o futebol italiano, que perde em visibilidade. Berlusconi economiza, é verdade, mas os prováveis substitutos (fala-se em Rolando ou Dedé para a defesa e Tévez para o ataque) não atraem tanto público e, principalmente, precisam de adaptação à equipe, que perderá seus principais jogadores, além de uma penca de jogadores experientes. Hoje, Milan, Inter e Roma são equipes em pleno processo de refundação, enquanto a Juventus manteve sua base e, até agora, é mais que favorita ao bicampeonato.

Por outro lado, talvez seja esse processo constante de reformulação que tenha feito o futebol italiano sobreviver, mesmo que a duras penas. Em um cenário de crise mundial, os donos dos clubes – que tem outros negócios, os quais representam a maior parte de suas receitas – precisam investir menos. Sobretudo na Itália, onde a crise é maior. Vender as principais estrelas, comprar jogadores mais baratos e transformá-los em estrelas tem feito parte do negócio. No entanto, os resultados internacionais ainda não tem vindo – excluindo-se, claro, o título da Liga dos Campeões da Inter, em 2010. É um momento de entressafra, mas até quando ele durará?

Apesar dos problemas de sempre – má condição dos estádios (públicos) e gramados, escândalos fora de campo, visão empresarial limitada, para ficar apenas nesses -, a próxima Serie A se desenha como a mais atrativa dos últimos tempos. A promessa é que pelo menos metade das equipes (Fiorentina, Inter, Juventus, Lazio, Milan, Napoli, Roma e Udinese, por exemplo) jogue de forma ofensiva, algo que nunca se viu antes em solo italiano. Ações como a da Juventus, que construiu seu próprio estádio, e os planos de Inter, Cagliari e Palermo de também terem os seus, são mais uma luz no fim do túnel. Resta saber é se a luz não vai minguar antes que a crise entre em um momento irreversível.

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2 comentários

  • Acho que essa transferência para Thiago Silva não é muito interessante.Tudo bem que no Paris Saint-Germain ta jorrando dinheiro,mas o Milan tem mais reconhecimento no futebol mundial.Pode ser um passao atrás na carreira dele.

  • A crise é complicada, os dirigentes italianos são lentos nas mudanças, mas me parece que no momento o melhor mesmo é vender esses jogadores mais visados e comprar outros com boa relação custo/benefício. Será que o Mialn perde tanto tecnicamente se, por exemplo, investir essa grana no Dzeko, Dedé e no retorno do Kaká?

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