Serie A

Muda, brasãozinho, muda: parte II

A estreia do especial dos brasões da Serie A contemplou os clubes da Lombardia, Campânia e Lazio. Nesta segunda parte, o Quattro Tratti conta a história evolutiva das agremiações da Piemonte, Ligúria e Vêneto. Não perca tempo e leia logo!

Juventus

O ponto de referência da Juventus, no símbolo, sempre foram as sete listras verticais predominantemente alvinegras, com um hexágono do brasão da cidade de Turim. Seu primeiro emblema continha a expressão Foot-ball club na parte de cima e, além disso, foi adicionada na região inferior a frase “fundada em 1897”. Na década de 1920, a Juventus usou a cor azul de Pinedo – em referência ao aviador Francesco de Pinedo – para colorir o fundo do brasão da cidade e a faixa horizontal central, no nome do clube.

Até os anos 70, as mudanças só aconteceram no desenho do brasão e na coroa. Em 1980, no entanto, veio a alteração brusca: o emblema bianconero, a partir de então, seria uma zebra. O animal, estilizado em preto e branco – sempre –, ganhou a segunda estrela na temporada 1981-82, quando a Juve conquistou seu 20º scudetto. O logotipo tradicional, listrado, com o nome do clube e com o brasão da cidade, voltou dez anos depois. A diferença entre o escudo noventista em comparação ao da década de 70 é o contorno dourado muito mais visível.

A última forma do emblema da Velha Senhora foi aprovado em 2004 e é mais clean que os anteriores. A única cor em destaque continua sendo o ouro, porém, agora, estilizado abaixo do nome Juventus.

Atualização: em 2017, a Juve mudou novamente o seu emblema, adotando um simples J, estilizado. Veja aqui.

Torino

O Torino teve mais fundações, refundações e nomes que brasões diferentes. No Grande Torino, o escudo visto nas camisas era a bandeira italiana. O clube não abria mão de deixá-la no peito desde a década de 1920. Ainda no mesmo período, quando a agremiação tinha o nome de Associazione Calcio Torino, o Toro tinha outro escudo: um vermelho-e-branco, com as iniciais da equipe, mas que não era usado comercialmente.

Entre as décadas de 1960 e 70, o emblema se tornou elíptico, nas cores vinho e branca, e foi abandonado o “A”, deixando apenas as letras T e C. Em 1977, quando o clube passou a ser chamado de Torino Calcio, o touro apareceu na camisa pela primeira vez. Até a temporada de 1981-82, na camisa do goleiro Giuliano Terraneo apenas o toro era visto acima do patrocinador – Barbero.

Foi no ano de 1984 que o emblema mais bonito da história do futebol (segundo votação da revista Guerin Sportivo) foi apresentado na maglia granata. O touro, na cor vinho, foi posto sobre um escudo quadrado branco. O escudo foi deixado de lado na época de 1990-91, quando readotaram o brasão elíptico, que ficou na camisa até 2005. Desde então, o emblema do Toro tem sido o touro estilizado em branco, com o nome do clube em vinho e a data de fundação da agremiação.

Sampdoria

Na fusão que gerou a Sampdoria, em 1946, a nova agremiação de Gênova reutilizou apenas nomes e cores dos clubes Andrea Doria e Sampierdarenese. Até a década de 1980, a camisa do time era confeccionada com as cores azul, vermelho, branco e preto, e com a Cruz de São Jorge na altura do peito. A Samp até tinha um escudo, mas não o usava.

O primeiro, de volta ao ano de 1948, continha o nome do clube e a bandeira de Gênova; em 1969, o logo era parecido com o interior, mas teve o ingresso do marinheiro; e na temporada seguinte, sem o mascote. Na gestão do presidente Paolo Mantovani, entre 1979 e 93, a Doria começou a usar o brasão na camisa.

A equipe blucerchiata campeã nacional foi a primeira a usar o escudo com o baciccia (diminutivo de Giovanni Battista; típico pescador de Gênova) na manga esquerda. A única mudança significativa daquele emblema foi a inscrição U.C. Sampdoria S.p.A., que antes era gravada em azul e, atualmente, está na cor vermelha.

Genoa

 

Desde sua fundação, em 1898, até a década de 1930, as únicas coisas que mudaram na vestimenta do Genoa foram as cores usadas na camisa. O uniforme branco passou a ser azul-e-vermelho. O primeiro escudo que o Grifone usou, na chegada dos anos 30, foi a Cruz de São Jorge, símbolo da cidade de Gênova, na altura do peito.

A partir da década de 1940, então, o Genoa estampou em seu uniforme uma versão bem parecida do brasão como conhecemos hoje: Cruz de São Jorge no alto e a figura mitológica do grifone sobre as cores azul e vermelha. O logo genovês foi mudado em uma das piores fases do clube. Durante os anos 80, quando a agremiação passou cinco temporadas na Serie B, o que se via na camisa era um brasão quase triangular, com o nome da equipe e bandeiras nas cores do Genoa. Este escudo foi usado por uma década antes de retornar o logo tradicional do Grifone.

Chievo

Fundado em 1929, o Chievo só chegou à quarta divisão italiana em 1975. Enquanto militava nas categorias amadoras, a equipe do Vêneto utilizava um símbolo estilizado com uma escada – em referência a Can Francesco della Scala, comandante italiano do século 14, um dos símbolos de Verona. Por isso, durante muito tempo a escada foi motivo de polêmica entre torcidas de Chievo e Hellas Verona, pois as duas agremiações tinham brasões parecidos.

Na década de 1990, o Ceo resolveu agregar a história da cidade de outra forma em seu emblema: colocou um desenho que representa o próprio Cangrande ao lado da letra inicial de Verona. A equipe mudou o desenho antigo (no formato quadrado) para um escudo nas cores azul e amarelo, colocando o nome da equipe acima do cavaleiro, além de mostrar o ano de fundação do Chievo no brasão costurado na camisa dos jogadores. No uniforme reserva, atualmente, o Ceo utiliza o emblema que faz alusão a Can Francesco della Scala.

Hellas Verona

Fundada em 1903, o Verona usou um brasão parecido com o de seu rival Chievo durante períodos no início do século. Na década de 1970, a camisa ficou limpa, sem qualquer desenho costurado nas vestimentas. Em 1980, um novo emblema surgiu no uniforme dos mastini: um losango amarelo e azul com as cabeças de cachorro, que representavam Mastino I della Scala, o primeiro da dinastia dos Lordes de Verona, e a escada, que representava a cidade. Cinco anos depois, o Verona abandonou seu logo e adotou a bandeira italiana em seu peito, reverenciando a conquista do único scudetto da história do clube.

Nos anos 90, os gialloblù criaram outro escudo, com o nome do clube em branco e preto, exatamente no meio, os cachorros e a escada na parte de cima, com a bandeira da Itália, e o brasão, pequeno, da cidade. Um símbolo elíptico com uma cruz, estilizados em azul e amarelo (cores de Verona), foi estampado no uniforme do Verona no fim da década, mas voltou, na época seguinte, o seu antecessor.

Em 2003 foi lançado um brasão para o centenário da agremiação, elíptico, com o nome do clube e os anos de 1903 e 2003. Entre os anos de 2004 e 2008, foi realizada uma alternância dos três últimos escudos que a equipe usou. Atualmente, o logo dos anos 90 é o oficial nas camisas 1 e 2; na 3, apenas a bandeira de Verona é vista no uniforme, com a cruz em azul e o escudo em amarelo.

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