Serie A

35ª rodada: Vai dar Juve, mas Roma não se rendeu

Uma Roma que merece aplausos: a campanha é de campeã, mas a taça ficará com a Juventus (EFE)

Uma Juventus implacável e uma Roma que não se rende. Esse dualismo movimentou o topo da tabela durante toda a temporada da Serie A e, caso o campeonato durasse mais do que 38 rodadas, provavelmente continuaria valendo. A Roma bate seus adversários, a Juve massacra os dela. Com dois times tão fortes na ponta, os outros mal conseguiram competir pelo título, mas há tempos o Campeonato Italiano não tem tantas equipes médias fazendo barulho (falaremos sobre isso em outra hora), o que pode estar indicando uma evolução no campeonato após alguns anos de estagnação. Mesmo entre os times que devem ser rebaixados, há pontos positivos ou bons jogadores se destacando. Falando em parte baixa da tabela, está definido pela matemática: apenas Chievo, Sassuolo, Bologna, Livorno e Catania tem chances de queda. Acompanhe o resumo da rodada.

Roma 2-0 Milan
26 vitórias, sete empates, duas derrotas, 85 pontos,
80,9% de aproveitamento, 71 gols marcados e 17 sofridos. Depois de 35
jogos, esta é a campanha da surpreendente Roma. Uma campanha de campeã, e
que de fato traria o scudetto para Trigoria depois de 13 anos se o time
tivesse tal retrospecto nas últimas sete temporadas. Contudo, há uma
Juventus no meio do caminho, tão dominante quanto a Inter da década
passada – e é impossível não lembrar que o time da capital sucumbiu a superioridade
nerazzurra e foi vice em três anos, uma sina terrível para seus torcedores. Nessa rodada, os giallorossi
chegaram novamente a nove vitória consecutivas, feito que já tinham
feito nas dez primeiras rodadas do campeonato e que, adivinhem, só a
Juventus supera (12 vitórias seguidas entre outubro e janeiro).

Em campo, mais uma vez ficou clara a superioridade do time de Rudi
Garcia. O Milan de Seedorf, embora organizado no seu 4-2-3-1, fazendo as
duas linhas sem a bola, foi improdutivo com um dia ruim de Balotelli e
dos três meias Honda, Kaká e Taarabt, anulado pelo forte sistema
defensivo romanista. Mas, como a proposta da equipe rossonera era se defender e, quem sabe, incomodar em contra-ataques, foi difícil para o time da casa abrir o placar,
o que só aconteceu no final da primeira etapa, quando Pjanic fez grande
jogada individual passando por Muntari, Montolivo, Rami e finalizando
na saída de Abbiati. O veterano goleiro, por sinal, foi protagonista no
segundo gol, já aos 65 minutos. Dodô puxou contra-ataque, Ljajic
abriu para Totti, este finalizou para a defesa do goleiro, que acabou
escorregando e entregando para Gervinho fechar o placar. Escorregão que parou a crescente do Milan, que tinha cinco vitórias em sequência, e que pode confirmar a não classificação do time para competições europeias. (Arthur
Barcelos)

Sassuolo 1-3 Juventus
Com a mão na taça, a Juventus precisou reagir frente a um bravo Sassuolo para arrancar os três pontos em Reggio Emilia. A Velha Senhora saiu atrás no placar, mas, com a força de seu elenco, superou uma equipe bem postada e manteve os oito pontos de vantagem sobre a Roma, na próxima rodada, uma simples vitória frente a Atalanta garante o scudetto para a equipe de Turim, que tem 93 pontos. Já o Sassuolo mostrou que pode escapar do rebaixamento: atualmente, os neroverdi tem 28 pontos, mesmo número do Bologna, equipe que abre a zona perigosa.

Nos primeiros minutos, Zaza, emprestado ao Sassuolo pela Velha Senhora, abriu o placar depois de uma boa jogada de Sansone, que se revelaria um verdadeiro tormento à defesa juventina, que sofreu demais por causa de um Ogbonna claramente abaixo dos demais. O primeiro tempo foi quase todo dos donos da casa, que sofreram o empate depois que Tévez completou, com bom chute, uma jogada de Marchisio. No segundo tempo, a partida ficou mais parelha e Buffon precisou fazer boas defesas. Do outro lado, porém, o esforço de Tévez para roubar uma bola e a magia de Pirlo para colocar um lançamento preciso nos pés de Marchisio viraram o jogo a favor da Juventus. Depois, Llorente, de letra, deu números finais à partida. (Nelson Oliveira)

Inter 0-0 Napoli
No sábado, a Inter recebeu o Napoli com expectativas de um jogo quente. Era a primeira vez que o odiado Rafa Benítez voltava ao Meazza depois de sua passagem pela Beneamata, mas isso passou em branco. Não passou em branco a rivalidade entre milaneses e napolitanos, transformada em coros ofensivos que podem fechar a Curva Nord interista por duas rodadas. No fim das contas, apesar do zero no placar, a partida foi movimentada, e as duas equipes tiveram chances de marcar. O empate não mudou a situação dos times na tabela: o Napoli segue em terceiro, com 69 pontos, e a Inter em 5º, com 57.

O primeiro tempo foi quase todo da Inter, muito bem postada em campo, e muito agressiva. As grandes chances partiam de Kovacic, em uma de suas grandes partidas vestindo nerazzurro. Desenvolto, o croata deu passes açucarado, criou boas chances e fez Reina trabalhar. Icardi, de um lado, e Callejón, do outro, perderam as grandes chances da etapa inicial. Após o intervalo, o Napoli se acertou e sofreu menos, graças a um bom posicionamento de Inler à frente da defesa. O mesmo Inler teve a chance do jogo, aos 38 da segunda etapa, mas acabou acertando a trave. No final do jogo, em dividida com Andreolli, Higuaín lesionou o tornozelo e pode desfalcar os azzurri na final da Coppa Italia, na semana que vem. (NO)

Bologna 0-3 Fiorentina
A Fiorentina não precisou de mais do que 11 minutos para acabar com a partida contra o Bologna, fora de casa. Os emilianos precisavam do resultado e começaram o jogo bem, partindo para cima, mas o ímpeto inicial não durou muito e logo a equipe caiu de rendimento, dando espaço para o bom time viola se impor e vencer. Cuadrado, escalado na ponta, fez mais uma ótima partida pela equipe de Florença e abriu o placar aos 23 minutos. Onze minutos depois, Ilicic fez 2 a 0 e praticamente definiu o jogo.

Desesperado na zona de rebaixamento, o time de Ballardini não teve forças para reagir e chega a seu sexto jogo seguido sem vitória na Serie A. No segundo tempo, a partida foi menos intensa. Cuadrado voltou a aparecer com maestria no terceiro gol viola, com um belo chute de fora da área. Já classificada para a Liga Europa da próxima temporada e com chances remotas de conseguir uma vaga na Liga dos Campeões, as preocupações da Fiorentina ficam extracampo. A torcida já começa a sentir saudades de Cuadrado, alvo de gigantes europeus ao fim da temporada. (Rodrigo Antonelli)

Torino 2-0 Udinese
Com sua melhor campanha na Serie A, desde 1994-95, o Torino
entrou em campo para encarar a Udinese, que já não tem ambições na competição e, com a derrota do Bologna, garantiu matematicamente a permanência na elite por mais uma temporada.
Ainda sonhando com a vaga na Liga Europa, o time de Ventura não tomou
conhecimento dos bianconeri e venceu com propriedade, aproveitando o
tropeço dos concorrentes Parma e Milan. Após cumprir suspensão, Cerci foi novamente titular ao lado de
Immobile, e o time mostrou seu poder ofensivo. Logo aos 15 minutos abriu o
placar: Immobile lançou El Kaddouri, que entrou na área e finalizou cruzado, no
canto de Scuffet.
Depois do gol, a Udinese até tentou ser ofensiva, mas sem Di
Natale, pouco incomodou. O Toro também chegou, mas Cerci e Moretti não
acertaram. Quem acertou o gol foi Immobile. O atacante granata definiu o jogo
na segunda etapa, com um gol de plena categoria. Após passe de Maksimovic, o
camisa 9 se livrou do defensor friuliano e apenas deslocou o goleiro para
marcar seu 21º gol na competição, dois a mais que Toni e Tévez. Com o resultado, o Torino se mantém na briga,
ao lado de Lazio e Verona, ambos com 52 pontos, cinco abaixo da Inter, 5ª
colocada. Nas próximas rodadas, o Toro visita Chievo e Fiorentina e recebe o Parma. Assim como seus concorrentes, terá vida difícil para alcançar a sonhada vaga europeia. (Caio Dellagiustina)

Livorno 0-2 Lazio
Essa é a Lazio de Reja, simples e objetiva. Com
quase 60% de aproveitamento, soma nove vitórias, cinco empates e quatro
derrotas desde que chegou, com 32 dos 52 pontos conquistados – o time
de Petkovic somou apenas 20 em 17 jogos, com cinco vitórias, cinco
empates e sete derrotas. Restando três jogos complicados (Verona em casa, Inter fora e
Bologna em casa) e hoje na sétima colocação, empatada com Torino e Verona e
a frente por um ponto de Parma e Milan, a equipe precisará manter o ritmo para pegar a última vaga para a Liga Europa.

Entre triangulações, jogadas rápidas e muitos chutes, a Lazio
sufocou o Livorno com 19 finalizações, sendo 11 no alvo. Bardi mais uma
vez sofreu com sua defesa, conseguiu evitar nove gols, mas falhou no gol
que abriu o marcador. Lulic cruzou da esquerda e Mauri concluiu sem
ângulo, marcando seu terceiro gol no ano – e jogando bem no centro do
ataque do 4-3-3 laziale. Sem criatividade, o Livorno foi incapaz de
mexer no seu placar, mas também foi atrapalhado por boas defesas de
Berisha. Já os biancocelesti seguiram assustando com Candreva, Keita e
Onazi, mesmo depois do segundo gol, quando Candreva converteu pênalti e
chegou ao 12º gol no campeonato, se tornando o meio-campista com maior
número de gols num campeonato na história da Lazio – superou Hernanes
(2010-11 e 2012-13) e Nedved (1997-98). O camisa 87 e provável titular
na Copa do Mundo, aliás, evitou comemorar contra seu ex-clube, com
passagem quase garantida para a Serie B – precisará de milagres contra
Udinese, Fiorentina e Parma. (AB) 

Verona 4-0 Catania
De forma até certo ponto inesperada, o Verona está de volta à briga por uma vaga na Liga Europa. Após grande início de temporada, a equipe vêneta caiu de produção, mas venceu suas últimas cinco partidas e, com 52 pontos, assumiu a 7ª posição, empatada com Torino e Lazio. Nas próximas rodadas, a equipe tem um confronto direto com os laziali, no Olímpico, e enfrentam Udinese em casa e Napoli, em um jogo cheio de rivalidade, fora. A tabela é complicada, mas dá para sonhar. Já o Catania, lanterna com 23 pontos, está praticamente condenado ao descenso.

A partida foi das mais fáceis para os butei neste ano e foi decidida já na primeira etapa, graças a excelentes atuações de Toni, Iturbe e Sala, que substituía o lesionado Rômulo. O primeiro gol foi do artilheiro, após jogada iniciada por Iturbe. Toni também participou do segundo, após cabecear bola cruzada por Sala – a liga acabou dando gol contra do goleiro Frison, pois a bola bateu em suas costas antes de entrar. Marquinho, com belo chute, fez o terceiro ainda no primeiro tempo, e Juanito marcou o quarto, após erro de Frison no início do segundo tempo. Curiosamente, Toni saiu irritado quando foi substituído, porque queria marcar uma tripletta, algo que ainda não conseguiu na temporada, para levar a bola do jogo para sua filha – até aquele momento, achava que o segundo gol era seu. O jogador também disse que, aos 37 anos, conseguir ser artilheiro do campeonato (tem dois a menos que Immobile, o atual líder) seria um sonho. Ao final do jogo, ele e o técnico Mandorlini riram sobre as questões e dissiparam a polêmica. (NO)

Cagliari 1-0 Parma
O Parma ainda sonhava com uma vaga para a Liga Europa, mas o tropeço diante do Cagliari dificultou muito a vida da equipe de Donadoni. O time caiu três posições na tabela e agora, com apenas 51 pontos, está seis atrás da Inter, sexta colocada. A apenas três rodadas do fim do campeonato, a missão se torna praticamente impossível. Do outro lado, os três pontos garantem a salvezza matemática do Cagliari, que ainda temia a zona da degola.

Fraco tecnicamente, o jogo foi decidido ainda aos 35 minutos do primeiro tempo, quando Pinilla converteu pênalti para os donos da casa. A vitória deu moral ao técnico Pulga, que agora está próximo de renovar com o time sardo. O jogo ficou ainda mais difícil para os visitantes depois que Felipe foi expulso, ainda no início da segunda etapa. O Cagliari ocupa a 15ª posição, com 36 pontas, e não tem mais objetivos na competição. (RA)

Sampdoria 2-1 Chievo

Em um dos
dias mais tristes da história da Sampdoria, o time genovês derrotou, em
casa, o Chievo Verona, por 2 a 1, e interrompeu a sequência de três
derrotas seguidas. Porém, cerca de uma hora após o triunfo que veio aos
47 do segundo tempo, foi anunciado o falecimento de sérvio Vujadin
Boškov, ex-jogador e ex-treinador de vários clubes italianos, com maior
notoriedade da Sampdoria, com a qual venceu o scudetto de 1991 (único da
história do clube), além de outros títulos nacionais e europeus, com
também uma final de Liga dos Campeões com o clube blucerchiato, em 1992,
na qual os italianos caíram para o Barcelona na prorrogação.
Para o Chievo, a derrota complica a situação do
time. Mesmo com um jogador a mais desde os 19 do segundo tempo, o time
veronês foi que abriu o placar. Após Obinna acertar a trave e ficar
livre com o próprio rebote dentro da área, ele foi puxado e levado ao
chão pelo zagueiro Mustafi. Pênalti claro, expulsão direta para o
defensor alemão e placar aberto no Marassi, após cobrança rasteira de
Théréau, aos 20. O empate doriano veio apenas aos 35, quando Regini fez grande jogada e tocou para o
brasileiro Éder, que invadiu a área desequilibrado, mas bateu rasteiro quase
na pequena área. Em um dos últimos lances do jogo, em uma falha absurda
da defesa do Chievo, que afastou mal uma bola cruzada por Regini, Soriano tentou um chute
aparentemente despretensioso da entrada da área e a bola morreu no canto
direito. (Thiéres Rabelo)
Atalanta 1-1 Genoa
Dois times que já não brigavam por mais nada na competição e
vinham de um retrospecto nada positivo. A Atalanta que até algumas rodadas
chegou a sonhar com vaga na Liga Europa, não vencia há três jogos, enquanto o
Genoa acumulava quatro derrotas consecutivas. Acomodadas, as duas equipes fizeram
uma partida sem muita responsabilidade, com o Genoa tendo as primeiras chances,
com Bertolacci, que acertou a trave, e depois com Fetfatzidis. Mas o gol só
saiu aos 27, quando Antonelli fez boa jogada pela esquerda e cruzou na cabeça
de De Ceglie que, como um legítimo centroavante, estufou as redes – até os câmeras foram enganados e focalizaram Gilardino na comemoração.
Após o gol, a Atalanta se lançou ao ataque e teve chances
claras de gol, especialmente com Stendardo que desperdiçou quase embaixo da
meta. Na segunda etapa, o lance que gerou protestos dos genoveses. Em lance
controverso, o árbitro marcou pênalti de Portanova em Denis e de quebra,
expulsou o jogador rossoblù. Na cobrança, Perin defendeu a cobrança do argentino, que não bateu bem. Depois da chance perdida, Benalouane ainda acertou a trave, pressionado pelo goleiro grifone, que não conseguiu evitar o gol de empate, já nos minutos finais. Após pressão
bergamasca, a bola sobrou para Stendardo que chutou e, no rebote de Perin, De
Luca, num lance acrobático empatou a partida. O Genoa ainda reclamou de um
pênalti nos últimos minutos, mas a partida terminou mesmo no empate. (CD)

Relembre a 34ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada
Silvestri (Cagliari); Cuadrado (Fiorentina), Ranocchia (Inter), Leandro Castán (Roma), Regini (Sampdoria); Sala (Verona), Pjanic (Roma), Mauri (Lazio), Marchisio (Juventus); Toni (Verona), Immobile (Torino). Técnico: Gian Piero Ventura (Torino).

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3 comentários

  • Por que comparam a pontuaçãode torino, lazio,verona,parma e milan com a inter 5° colocado se a vaga de liga europa da copa italia vai ficar com o sexto da serie A????

  • Entendi, acho que foi por que eu senti de algum comentário do tipo Torino entra na zona de classificação a liga europa, ai ainda fiquei meio na dúvida se o sexto vai ou não vai pra LE. E pra registrar apesar de gostar da lazio e do verona, estou torcendo pro toro ficar com a ultima vaga, vai ser interessante. abçs

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