Serie A

21ª rodada: A terceira força

Gabbiadini decretou vitória que isolou o Napoli na terceira posição (Pianeta Azzurro)

Em uma rodada em que os dois primeiros colocados deram pequena freada, quem sorriu foi o Napoli. A equipe venceu e começa a se solidificar como terceira força do campeonato, como se previa antes de a Serie A começar. Os campanos também estão se valendo de tropeços de Lazio e Sampdoria, que estão cada vez mais abaixo na tábua de classificação. Enquanto isso, Fiorentina, Palermo e Milan, apesar da irregularidade, sobem na tabela. Acompanhe o resumo da rodada.

Observação: por problemas técnicos, esta coluna saiu com alguns dias de atraso.

Chievo 1-2 Napoli
Se o futebol do time de Benítez não convence,
pelo menos do ponto de vista objetivo, isso não tem importado muito.
Aproveitando muito bem a irregularidade de seus adversários, o Napoli
tem se recuperado na tabela e até a diferença para a Roma já diminuiu
consideravelmente. Na terceira posição, os azzurri estão quatro pontos abaixo da Roma e cinco acima de Lzio e Sampdoria. Os partenopei devem ser considerados real perigo
principalmente por causa de seus talentos que têm conquistado os pontos.
Já o Chievo, ativo no último dia de mercado, precisará de uma grande
mudança para reverter a situação.

Na rodada dos gols contra, os
zagueirões Cesar e Britos presentearam os rivais com dois no primeiro tempo, aos
18 e 25. Num Bentegodi vazio, o primeiro foi a favor dos visitantes,
quando após enfiada de bola de Higuaín, Gabbiadini saiu cara a cara e
teve seu chute interceptado pelo goleiro, mas o rebote veio de forma
inesperada no rosto de Cesar, abrindo o placar. A resposta dos donos da
casa não demorou e veio da mesma forma, após confusão entre Rafael e
Britos. E o Chievo, que tanto pressionou, acabou levando a pior aos 62,
quando Strinic centrou para Gabbiadini, enfim, marcar seu gol e garantir
mais três pontos para os napolitanos. (Arthur Barcelos)

Cesena 2-1 Lazio
O Cesena voltou a sonhar com a
permanência na Serie A. Após a vitória no confronto direto contra o
Parma, a equipe venceu a Lazio e agora está a apenas quatro pontos do
Cagliari, primeira equipe fora da zona de rebaixamento. Mérito da equipe
de Di Carlo, que foi amplamente superior contra uma Lazio irreconhecível
e cheia de desfalques, que vê o sonho da Liga dos Campeões se
distanciando. Hoje, o time precisa voltar a conquistar pontos e, principalmente, torcer por tropeços do Napoli, o que não tem ocorrido.

Apesar de arriscar mais na primeira
etapa, a Lazio criou pouco. As chances vieram, sobretudo, com chutes de
longa distância. Defrel e Brienza eram os mais perigosos do ataque
bianconero, trabalhando bem pelas pontas, porém, sem oferecer muito perigo a
Marchetti. Os gols vieram na segunda etapa. O Cesena saiu na frente com
um belo gol de Defrel, acertando o ângulo do goleiro laziale. O segundo
veio de outra bela jogada do francês que cruzou e viu Cataldi se enrolar todo e colocar contra as próprias redes. No final,
Klose ainda descontou, mas já era tarde para buscar a reação. (Caio
Dellagiustina)

Torino 5-1 Sampdoria
A estreia de Samuel Eto’o pela Samp passou longe de ser razoável. O atacante entrou em campo faltando 20 minutos para o fim da partida. Naquele momento, a Sampdoria já estava perdendo por três. Todos os gols até então de Quagliarella, sendo um de pênalti e um bonito voleio. A situação seria um pouco diferente se Regini tivesse ajeitado o cruzamento de De Silvestri – a chance de gol era clara e ele permitiu, com um toque a mais na bola, a chegada da defesa.

Cinco minutos após o camaronês entrar no gramado, Silvestre cometeu o segundo erro dele na partida. Mais um gol do Toro: Amauri completou o cruzamento desviado de Bruno Peres. Obiang ainda marcou um belo gol de letra, enquanto o lateral brasileiro, outra vez em grande partida, deu números finais ao jogo. A Sampdoria ainda teve problemas no dia seguinte, quando Eto’o e Mihajlovic tiveram rusgas, porque o jogador não quis participar da segunda sessão de treinos e deixou o CT, o que o treinador considerou uma falta de respeito. Com duas derrotas em 2015, a Samp caiu de produção e estacionou na tabela. Haverá clima para reagir? (Murillo Moret)

Udinese 0-0 Juventus
De um lado, o Friuli não teve as
presenças de Kone, Pinzi, Geijo, Badu, Domizzi, Wague e Lucas
Evangelista; a Juventus estava sem Vidal, Marchisio, Romulo e Asamoah. A
líder do campeonato, contudo, não aproveitou de mais um vacilo da Roma,
pois empatou sem gols fora de casa. No primeiro tempo, cada equipe
criou uma boa chance. Llorente desperdiçou, livre, uma cabeçada
assistida por Pirlo. Por sua vez, Buffon fez boa defesa em finalização
de Bruno Fernandes.

O argentino Pereyra parou na trave,
aos 54, depois de passe de Llorente. Karnezis defendeu o chute de
Morata e Di Natale isolou uma oportunidade razoável na etapa
complementar. A melhor chance do jogo caiu nos pés de Tévez. A jogada
iniciada por Pogba e o passe de Morata deixou o atacante na cara do gol.
Apesar do zero no placar, a partida teve um destaque absoluto: o brasileiro Allan, ex-Vasco, foi o dono do meio-campo e teve mais uma partida digna de coroar sua grande temporada. Já observado por times maiores, pode entrar no radar de Dunga para o novo ciclo da Seleção. (MM)

Roma 1-1 Empoli
A Roma não cansa de frear. Nos últimos dois meses, os giallorossi conquistaram apenas duas vitórias, e permitiram o distanciamento da Roma e a aproximação do Napoli. Muito disso tem a ver com a ausência de Gervinho, empenhado na Copa Africana de Nações, e a contratação de Ibarbo no final da janela visa suprir esta lacuna. Porém, lesões como as de Strootman, De Rossi e Iturbe atrapalham ainda mais a vida da equipe, que não vence em casa desde 30 de novembro, contra a Inter. Contra o Empoli, a vice-líder saiu atrás e teve de buscar o resultado no segundo tempo.

O jogo começou com uma Roma melhor, mas a lesão de Iturbe, na primeira metade do primeiro tempo, travou o jogo para os donos da casa. Pouco depois, Manolas cometeu pênalti sobre Saponara e, como a jogada era de clara ocasião de gol, foi expulso – Totti acabou dando lugar a Astori para recompor a defesa. Maccarone bateu com raiva e converteu a penalidade. Com duas substituições e um segundo tempo inteiro para jogar, a Roma contou com a expulsão de Saponara no fim do primeiro tempo para igualar o jogo e marcou o gol de empate com Maicon, 12 minutos após o intervalo. O time tentou chegar à vitória, mas na melhor chance, Astori acertou a trave. O empate só não foi pior porque a Juve tropeçou também. Contra o Cagliari, na semana que vem, o desafio para a Roma é superar um time que briga contra o rebaixamento, e com apenas dois jogadores de ataque ‘a disposição: Totti e Ljajic. (Nelson Oliveira)

Milan 3-1 Parma
O início promissor e o gol sofrido logo
na sequência causaram arrepios nos – poucos – torcedores em San Siro, que
temiam, mais uma vez, tropeçar em casa contra uma equipe da parte de
baixo da tabela. O rumo da partida, porém, dessa vez foi favorável ao
Milan, que venceu o lanterna Parma e afastou a crise que rondava a
equipe após as ridículas apresentações e a eliminação na Coppa Italia.
Na estreia de Destro e Bocchetti, quem brilhou foi Ménez, como sempre. Autor dois gols
e uma assistência para o terceiro, feito por Zaccardo, foi o nome do jogo e se aproximou de Tévez na artilharia do campeonato.

Apesar
do melhor início crociato, o Milan saiu na frente com o francês,
que converteu um pênalti muito discutível – toque de mão de Cebolla Rodríguez. Sete minutos depois, o Parma
chegou ao empate com Nocerino, que anotou contra seu ex-clube. O time rossonero
tentou retomar a vantagem no primeiro tempo, mas contou com as belas
defesas de Diego López para não sair derrotado ao intervalo. No segundo
tempo, o Milan voltou fulminante e chegou ao segundo gol, de novo com
Ménez. Zaccardo ainda anoutou o terceiro, sacramentando a vitória do
Diavolo. Alívio para Inzaghi, que se viu pressionado ao longo da semana,
mas previu melhora na equipe após as recentes contratações, mesmo ainda
longe do objetivo de retornar à Europa. (CD)

Sassuolo 3-1 Inter
Vingança com gols do tridente. Após dois 7 a 0 sofridos em dois anos, e três derrotas nos anteriores três confrontos contra a Inter, o Sassuolo conseguiu sua primeira vitória na história contra os nerazzurri. O bom resultado dos neroverdi serviu, ainda, para que a equipe passasse a adversária na tabela: na 11ª posição, com dois pontos acima da Inter, que é a 13ª. Mancini vem tendo dificuldades, e com a segunda derrota seguida, vê o time se afastar ainda mais da zona europeia.

A vitória do time emiliano acabou sendo definida ainda no primeiro tempo, com dois belos gols. Primeiro, o artilheiro Zaza mandou uma bomba no ângulo de Handanovic, aos 17 minutos – o chute não ofereceu chances para o goleiro. Nove minutos depois, Sansone voltou a marcar gol contra os grandes, algo que lhe é normal. Driblou dois adversários e chutou com grande felicidade, vendo a bola explodir no travessão e entrar. Depois de um primeiro tempo perdida, a Inter voltou melhor no segundo tempo, e teve um chute na trave de Shaqiri e uma defesa de Consigli sobre Dodô. O gol, por falha da defesa do Sassuolo, chegou com Icardi, que começara a partida no banco. No final, o árbitro Valeri marcou pênalti discutível de Donkor sobre Zaza. Berardi converteu a penalidade e deu números finais ao placar. (NO)

Genoa 1-1 Fiorentina
Jogo esquisito no Marassi. Entre chances de gols, bolas na trave, erros individuais, muitos desarmes e faltas (incluindo uma expulsão), empate amargo para um Genoa que não vence há sete jogos e uma Fiorentina que não convence e, jogando um dia antes, acabou por não aproveitar os tropeços de adversários por vaga europeia.

Melhor no primeiro tempo, quando Perotti infernizou a defesa adversária, o Genoa abriu o placar aos 14, quando Niang cruzou, Sturaro perdeu gol inacreditável e Tatarusanu fez contra sem ao menos perceber. Um domínio que não se transformou em mais gols e novamente custou caro para os comandados de Gasperini, que levaram o empate aos 54, quando, após escanteio curto e sobra na área, o zagueiro artilheiro Gonzalo Rodríguez completou para fazer seu quarto na temporada, 14º na Serie A em três temporadas. No final, Tatarusanu ainda fez defesa incrível para segurar o empate e, na sequência, a Viola quase chegou ao seu gol. (AB)

Palermo 2-1 Verona
Palermo em campo, certeza de boas atuações de Vázquez e Dybala, e também de um decisivo Belotti. Com um elenco limitado e uma estratégia de jogo não muito rica em construção, mas muito organizada e aguerrida, o Palermo segue em frente no seu retorno à elite do futebol italiano de maneira respeitável e digna. E agora são apenas quatro pontos para Lazio e Sampdoria, que brigam por vagas europeias. Já para o irregular Verona, um resultado não mais que esperado, e seis pontos de distância para a zona de rebaixamento.

Falando do jogo, o gol prematuro dos visitantes, em cabeçada potente de Tachtsidis depois de cobrança de escanteio de Greco, não afetou os donos da casa, que empataram dez minutos depois. Sempre com ele, Dybala, dessa vez em cobrança de falta. A virada, porém, demorou e só veio depois de muita pressão e insistência. Mas o predestinado Belotti estava lá para decidir e conferir o cruzamento de Vázquez. (AB)

Atalanta 2-1 Cagliari
Lutando na parte de baixo da
tabela, o Cagliari sofreu com a Lei do Ex. Del Grosso participou dos
dois primeiros gols da partida. O primeiro, a favor, ele assistiu Biava,
que subiu sozinho entre os zagueiros da Atalanta. Antes do fim do
primeiro tempo, ele falhou na interceptação de um escanteio e permitiu
que Dessena igualasse de dentro da pequena área.

Brkic
fez uma defesa magnífica para salvar um gol de Pinilla, porém, ele não
conseguiu frear o lindo voleio que o atacante deu nos acréscimos da
etapa final para aumentar o jejum do adversário – o Cagliari não vence
em Bérgamo desde 1991. E, agora, os sardos estão quatro pontos abaixo dos bergamascos, que terão uma semana mais tranquila. (MM)

Relembre a 20ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada
Tatarusanu (Fiorentina); Bruno Peres (Torino), Glik (Torino), Gonzales (Palermo), Strinic (Napoli); Allan (Udinese), Missiroli (Sassuolo); Ménez (Milan), Defrel (Cesena), Quagliarella (Torino); Zaza (Sassuolo). Técnico: Gian Piero Ventura (Torino).

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