Serie A

O caos outra vez

Atualizado em 19 de março: O Parma faliu. Time continuará jogando a Serie A até o final da temporada e aguarda novo comprador, que será definido em leilão. O clube já está sendo administrador por dois interventores, que ficam no comando até novo comprador aparecer. Se o novo dono assumir as dívidas antes da inscrição do time na próxima temporada, a equipe continuará na divisão em que estiver: na primeira, caso se salve, ou na segunda, caso seja rebaixado em campo. Em caso contrário, o Parma recomeçará em divisões amadoras. A dívida oficial do Parma supera 218 milhões de euros, sendo 74 milhões da parte esportiva. Entenda mais sobre a situação lendo o texto.

Maio de 2014. O Parma fechava a Serie A em 6º lugar e garantia a vaga para a Liga Europa. Uma alegria que durou pouco, pois dias depois o Parma teve sua licença Uefa negada por atraso no recolhimento do imposto de renda dos seus empregados, e teve de ceder sua vaga ao Torino. Um fato que na época foi tida como estranho pelo então presidente do clube, Tommaso Ghirardi, e que anteciparia a profunda crise pela qual o clube atravessa atualmente, que fez com que o clube fosse vendido duas vezes, jogadores – sem receber salários a oito meses – debandassem e que até mesmo uma partida fosse adiada. A falência do Parma, pela segunda vez em onze anos, é questão de tempo. Um rumor correu as redes sociais neste sábado, mas o clube ainda não selou o seu provável destino.

A situação atual do clube parmense beira o surreal. Em dois meses, o clube foi vendido duas vezes ao preço simbólico de 1 euro, e teve três diferentes donos – além de Ghirardi, Rezart Taçi, por alguns dias, e o atual, Giampietro Manenti (atualizado em 19 de março: Manenti foi preso no dia 18 por utilizar o clube em um esquema de lavagem de dinheiro; saiba mais aqui). As vendas por esse valor faziam com que os compradores se comprometessem a sanar as dívidas do clube, que giram em torno de 197 milhões de euros, algo que não foi cumprido. Na última semana, prazo máximo para o pagamento de parte dos débitos, nada aconteceu, e por falta de dinheiro em caixa – especula-se que o Parma tenha apenas cerca de 40 mil euros em sua conta – e por questões de segurança, a partida entre a equipe crociata e a Udinese seria disputada com portões fechados – os jogadores, que, assim como todos os empregados do clube, não recebem salários há oito meses, decidiram não entrar em campo.

A situação é tão crítica que Hernán Crespo, ídolo do clube em seu momento mais glorioso e atual treinador das categorias de base, denuncia que não há nem mesmo água quente nos chuveiros do clube – veja depoimento aqui. Pietro Leonardi, diretor-geral do clube, também já foi levado ao hospital duas vezes em duas semanas, por acúmulo de stress.

Neste domingo, Carlo Tavecchio, presidente da Federação Italiana de Futebol – FIGC, confirmou que busca acordo com a Liga da Serie A para que a instituição empreste ao clube dinheiro para quitar débitos até junho. Isso, no entanto, não anula a provável falência do clube. É apenas um instrumento para evitar que, por regulamento, as próximas 15 partidas do time sejam decididas no tapetão – caso o clube venha a falir e abandone o campeonato no segundo turno, todas as partidas anteriores serão mantidas e, as seguintes, terão como resultado um 3 a 0 por W.O.

O pedido de bancarrota do Parma deve ser formalizado até março, para a tentativa de garantir o clube na próxima Serie B. Há uma audiência marcada para o dia 19 deste mês, mas a pressão para acelerar o processo é grande. A não ser, claro, que as promessas de Manenti, novo presidente do clube, sejam cumpridas.

Ele, que é sócio-majoritário do Mapi Group, empresa de serviços com sede na Eslovênia, garante ter 100 milhões de euros e “um projeto de dar medo” para salvar o time. Porém, até agora não apresentou documentos importantes, declarou que ainda não se inteirou completamente sobre as dívidas do clube e diz que está tendo dificuldades burocráticas para transferir o montante de dinheiro do exterior para o país – diretores do clube já deram declarações confusas sobre a origem das verbas e sobre quando (e se) elas poderiam chegar.

De qualquer forma, o torcedor do Parma não tem como ficar tranquilo. Além de todos os atrasos, desencontro de informações e resultados negativos em campo, o histórico do presidente Manenti não é nada bom. Ele já tentou comprar uma empresa de serviços postais e o Brescia, mas na hora de depositar os valores acertados, desapareceu – ele garante que fez a transferência, mas que as transações não foram concretizadas. No Tardini, com as muitas promessas e os poucos fatos, jogadores e membros da comissão técnica já declararam não ter confiança alguma no mandatário (?) do clube. De acordo com a segunda lei de funcionamento do universo, a da entropia, o caos atrai mais caos. Parece verdadeiro.

O último momento de alegria do Parma, em maio de 2014 (Getty Images)

As perguntas que não querem calar

1 – O que deve acontecer ao Parma nos próximos meses e qual a solução mais provável?

Considerando que até hoje os fundos prometidos por Manenti não chegaram e o histórico do empresário, o mais provável é que o Parma declare falência em breve. Federico Pizzarotti, prefeito de Parma, pressiona junto à FIGC e Liga da Serie A pela “falência controlada” do clube. Prefeitura, liga e federação estão entre os credores do clube, e sabem que uma falência desta forma seria útil para todos os envolvidos. Os jogadores ducali e a Associação de Futebolistas da Itália – AIC também apoiam esta solução, o que evitaria boicotes às partidas, como salientou o capitão da equipe, Alessandro Lucarelli, 37 anos e desde 2008 no clube, em entrevista à Gazzetta dello Sport.

“Eles precisam saber que não garantimos nada a ninguém. Se não nos sentirmos protegidos, estamos preparados para boicotar os jogos. Ficaremos em campo por 10 minutos e sairemos. Eles estão brincando com a vida das pessoas, é preciso mais respeito. Eles nos deixarão morrendo aqui? Bem, então morreremos juntos. Mostramos o quão profissionais nós somos, incluindo no último domingo, quanto tiramos pontos da Roma. Defendemos a nossa dignidade e a dos nossos torcedores. Desde novembro, ninguém tem discutido futebol nos vestiários. Você tenta se preparar a um jogo nessas condições. Queremos provar que somos moralmente irrepreensíveis”, disse o jogador – tradução livre feita por Leandro Stein, da Trivela, que transcreveu entrevista que vale ler por inteiro, também para conhecer mais de Lucarelli, desde cedo envolvido com questões políticas.

A falência controlada presume que o pedido de bancarrota do clube seja feito com a temporada ainda em andamento – o que deve acontecer até meados de março –, e concluído apenas no final do campeonato em exercício. Pode ser pedido pelos credores, requerido pela procuradoria local ou pelo proprietário do clube. Esta estratégia garante o principal: que o Parma, uma instituição centenária, não deixe de existir.

Com o pedido de bancarrota do clube acontecendo em março, o clube manteria seu registro de funcionamento, conquistas esportivas, patrimônio e dívidas, e seria tutelado temporariamente por um interventor nomeado pelo judiciário local. Este interventor investigaria as contas do clube em busca de fraudes ou indícios de má gestão, para que se possa identificar os culpados pela tragédia. Ao mesmo passo que o interventor cuidaria de fazer uma devassa nos documentos do clube, um empresário ou um grupo de pessoas precisaria assumir as tarefas administrativas do Parma, sendo responsável por tocar o clube, pagando as despesas.

Após este período provisório, a equipe vai à venda em leilão, com o prazo máximo de compra até meados de junho deste ano, para que haja tempo de inscrever o clube em qualquer divisão do futebol local. Obviamente, o comprador se compromete a pagar todas as dívidas contraídas pelas gestões anteriores. Caso a falência não ocorra desta forma, o Parma precisará começar do zero, do amadorismo – algo entre a sexta e a sétima divisões da Bota.

Se a falência dirigida realmente acontecer, é o melhor dos cenários para a comunidade parmiggiana e mesmo para a Serie A. Levando em conta o empréstimo feito pela liga, o Parma jogaria as partidas que restam, preservando a idoneidade do campeonato, que não teria uma série de cotejos decididos no tapetão. Isto deixaria a tabela marcada por asteriscos, e falseada, de certa forma, afinal seriam dados automaticamente três pontos a todos os seguintes adversários do Parma, influenciando na tabela – vale lembrar que os ducali conquistaram 11 pontos no campeonato, e ainda poderiam tirar pontos de outros times.

A decisão por uma falência deste gênero ajudaria a desvalorizar menos o produto Serie A, já tão combalido por tantos problemas dentro e fora dos gramados. Contratos futuros poderão ser negociados a preços melhores e, para o atual contrato de TV, federação, liga e clube não precisariam arcar com eventuais processos por descumprimento de acordos de transmissão de jogos – afinal, 15 partidas envolvendo os crociati e outros clubes deixariam de ser exibidas, provocando prejuízos. Torcedores que compraram carnês anuais, os abbonamenti, também poderiam vir a processar as nstituições, se o time deixar de jogar as partidas restantes em casa. Da mesma forma que o acordo evitaria prejuízos, o Parma continuaria gerando receita nas 15 partidas seguintes, algo impossível de acontecer se o clube não jogasse.

Por fim, ao lado do presunto e dos laticínios, o clube é um patrimônio da cidade e interessa à prefeitura salvá-lo. O prefeito Pizzarotti tenta reunir empresários locais para salvar uma empresa que mostrou mais da pequena cidade emiliana para o mundo a partir dos anos 1990. Caso obtenha êxito, o esforço será uma grande mostra de que o orgulho local foi ferido mais uma vez por irresponsáveis aventureiros.

2 – Como um clube faliu de uma hora para outra e como mudou de dono tantas vezes em tão pouco tempo? Quem deve ser responsabilizado pela tragédia?

Talvez seja o nó mais difícil de ser entendido em todo o caos parmiggiano. Liga e Federação negaram ao Parma a licença Uefa em 2013-14 por uma questão de não recolhimento de impostos, mas a equipe foi inscrita regularmente nesta edição da Serie A. Segundo comunicado da liga – no qual a instituição tira o corpo fora e diz ter todos os mecanismos necessários para aferir se as equipes estão aptas ou não a jogarem o campeonato – o time foi inscrito porque não apresentava débitos até o momento. Como, então, de uma hora para outra, o Parma chegou nesta situação?

Segundo Lucarelli, os primeiros sintomas de que algo andava mal no Parma apareceram há dois anos. “Nos últimos dois anos, o clube começou a ter como hábito pagar os nossos salários no último dia possível, e isso nos deixou em alerta. Percebemos que havia problema de liquidez no clube, algo comum nestes tempos de crise na Itália. Em novembro (quando os salários não eram pagos há quase quatro meses e a equipe já havia sido penalizada em um ponto), Ghirardi foi aos vestiários e contou que não estava pagando os salários porque negociava a venda do clube a Taçi, mas isso não vingou. Eu o disse que era o presidente ainda e que deveria pagar os nossos salários, mas ele respondeu que não colocaria mais um euro no Parma. Neste momento, o encontro ficou tenso. Sentimos que fomos traídos por Ghirardi. A culpa disso tudo é dele. Ele disse que nós o agradeceríamos por ter vendido o clube a Taçi, pessoa que nunca vi no clube. Agora lhe mando um muito obrigado em nome de todo o time”, explicou.

Ghirardi, que dirigiu o Parma por sete anos, havia decidido vender o clube após a negação da licença Uefa. Demorou quase seis meses para que a promessa fosse cumprida, mas, retroativamente, podemos pensar em algumas questões. Primeiro, Ghirardi decidiu se livrar do “brinquedinho” quando viu que ele não estava mais dando lucro ou depois de se beneficiar do clube? Há uma investigação em curso na Itália que visa descobrir se uma antecipação de crédito de 1 milhão de euro, feita a um banco na gestão Ghirardi, foi selada com assinaturas falsas – o ex-dirigente garante ser estranho aos fatos.

É importante, também, investigar como o Parma consegue manter sob contrato mais de 200 jogadores, emprestados por todo o mundo. Como é possível, sem dinheiro em caixa? As operações foram consideradas legais pelas federações dos países a que cada clube é registrado, mas guardam fortes indícios de que houve lavagem de dinheiro. Afinal, onde deveria haver lucro para a equipe cedente – isto é, o Parma –, não houve retorno. Neste caso, é necessário fazermos o nosso mea culpa, pois a gestão de Ghirardi foi elogiada por nós há quase um ano, quando tudo parecia ir bem e o Parma parecia um modelo a ser seguido por outros clubes pequenos e médios. O mea culpa da Liga e da Federação – que não aconteceu – deveria ser ainda maior, uma vez que eles tem (ou deveriam ter) acesso a documentos e planilhas que este pobre blogueiro não tem como conseguir, afinal não estão disponíveis para consulta.

Esquecendo o que foi feito nos anos Ghirardi, é inacreditável que órgãos que administrem o futebol de algum país permitam que um clube que dispute o principal campeonato local possa ser vendido duas vezes em um período de tempo tão curto, e de forma tão atribulada – com vendas simbólicas a custo de 1 euro e sem a devida homologação de documentos que finalizem o processo e salvaguardem o funcionamento do clube sem problemas.

O livre mercado no futebol, sem responsabilidade, já mostrou que a bolha cresce e estoura, e quando isso acontece, pouca coisa sobra. O futebol italiano é o melhor exemplo disso: depois dos anos de ouro, viu centenas de clubes se endividarem, boa parte deles até falirem – casos de times grandes, como Fiorentina, Napoli e o próprio Parma, 11 anos atrás. A busca pelo marcador “falência” aqui no blog mostra que o assunto é recorrente, principalmente nas divisões inferiores. Os mecanismos frouxos adotados pela FIGC ajudam, e muito, a explicar o alto índice de falências de clubes em todas as categorias do futebol local, em um número incomparável ao de qualquer grande liga do continente europeu. Federação e Liga tem, sim, sua parcela de culpa.

FIGC e Liga se defendem, afirmando que sanções como multas, perda de pontos e, no caso mais grave, a não inscrição em um campeonato e o rebaixamento a divisões são suficientes, mas o capitão Lucarelli tocou em um ponto crucial: como instituições novas e com baixíssimo capital são autorizadas a adquirir um clube da primeira divisão local? “Como uma empresa com capital de mil euros e outra com 7,5 mil podem comprar um time da Serie A? Qual a credibilidade que o futebol italiano que passar ao resto do mundo? Temos sido fantoches no Parma, mas agora queremos assegurar que essa situação nunca mais aconteça. As regras precisam mudar”, criticou.

Uma auditoria mais constante e rigorosa não seria útil? Cobrar mais transparência nos gastos e ter mais rigidez no Fair Play Financeiro local também não? Afinal, uma liga tem como finalidade gerir e controlar o funcionamento do campeonato, incluindo auditorias sobre os clubes,
para que más gestões não prejudiquem o todo  – o que inclui, além do
campeonato e dos outros times, jogadores e funcionários das entidades envolvidas.

A má gestão dos dirigentes e os olhos fechados das autoridades para o caso não tem outro produto final: além de deixar os torcedores e sua paixão em situação vulnerável, afastam os mesmos do esporte. Dia após dia, FIGC e Liga perdem a chance de valorizar seus campeonatos, que não são vistos como produtos de grande valor. Com o atraso na mentalidade dos cartolas do Belpaese, é difícil imaginar que a Itália volte a ser uma potência europeia no esporte.

Atualização: Uma matéria de Lorenzo Vendemiale, publicada no site Il Fatto Quotidiano, revela que a FIGC já sabia que a situação do Parma era falimentar. Segundo ele, a Covisoc – Comissão de Vigilância dos Clubes Profissionais de Futebol, instrumento da federação para avaliar eventuais problemas fiscais e econômicos das sociedades, havia feito um relatório no qual indicava para “um atento monitoramento” à situação do Parma, que tinha dívidas de 70 milhões de euros – 33 deles somente com fornecedores e serviços terceirizados, que não recebiam há quase um ano, o que agora tem gerado a paralisação de atividades do clube, por corte de fornecimento, por exemplo, de água quente e não contratação de stewards.

Segundo o jornalista, a Covisoc havia descoberto o prejuízo nos balanços do clube, mas a FIGC só tirou a licença Uefa do Parma, permitindo a inscrição na Serie A devido às menores exigências da própria federação para inscrição de clubes nas séries A e B. A FIGC normalmente não tem sanções para estas questões porque este tipo de prejuízo quase sempre é sanado por investimentos dos presidentes do clube, mas principalmente devido ao fato de a federação não interferir em questões que não sejam esportivas.

3 – O que os jogadores estão fazendo?

O posicionamento dos jogadores crociati, até agora, é impecável. Primeiramente, todos seguem treinando e buscam entrar em campo semanalmente – inclusive, a equipe arrancou um empate da vice-líder Roma e, bem antes do agravamento da crise, chegou a vencer a Inter. A AIC, diferentemente da FIGC e da Liga Serie A, que apareceram apenas nas últimas semanas, vem tentado acompanhar a situação dos jogadores de perto, com receio de que haja alguma manipulação de resultados. Até agora, não houve indício de que qualquer membro do elenco ou da comissão técnica do Parma tenham tentado arranjar alguma partida.

Pelo contrário. Além de tentarem dar seu máximo em campo, os parmenses estão dando verdadeiras provas de que estão solidários a torcedores e demais empregados do clube. Foi feito um acordo interno entre os jogadores e o técnico Roberto Donadoni para que ninguém colocasse o clube na Justiça. Isso porque, caso o clube falisse e tivesse os bens bloqueados para pagar aos jogadores, mais de 200 famílias seriam prejudicadas: a dos funcionários do clube, muitos dos quais ganham cerca de 1 mil euros por mês. A atitude é louvável. Tão louvável quanto a disponibilidade dada pelo elenco de utilizar seus próprios carros para poderem ir às partidas fora de casa, como a deste fim de semana, contra a Sampdoria, em Gênova. Ao mesmo tempo, os jogadores pressionam para que a hipótese da falência dirigida, que salva a existência do clube seja concretizada.

No final das contas, as palavras do capitão Lucarelli definem o sentimento do elenco ducale. A dedicação do mais articulado dos jogadores, neste gravíssimo momento de crise, é um alento para a combalida torcida parmense.

“Mostramos o quão profissionais nós somos, incluindo no último domingo, quanto tiramos pontos da Roma. Defendemos a nossa dignidade e a dos nossos torcedores. Desde novembro, ninguém tem discutido futebol nos vestiários. Você tenta se preparar a um jogo nessas condições. Queremos provar que somos moralmente irrepreensíveis. Estou preparado para permanecer no Parma mesmo no amadorismo e continuar usando a braçadeira. O Parma está dentro de mim agora”. Dentro de todos os apaixonados pelo futebol italiano e pela responsabilidade no esporte.

Compartilhe!

1 Comentário

Deixe um comentário