Serie A

25ª rodada: Salah-maleico

Egípcio Salah, da Fiorentina, foi melhor contratação do mercado de inverno

Faltando 13 rodadas para o fim do campeonato, o empate entre Roma e Juventus praticamente definiu que é a Juve quem deve levantar o título da Serie A em 2014-15. Os nove pontos de vantagem dos bianconeri sobre os giallorossi foram mantidos, o que significa que a partida não foi lá o maior destaque desta rodada. Por outro lado, a Fiorentina, graças à chegada de Salah, vai crescendo cada vez mais no certame, e após bater a Inter pela primeira vez após 15 anos em Milão, encostou de vez na briga por uma vaga na Liga dos Campeões – hoje, a disputa está forte entre florentinos, Lazio e o Napoli, que estaria classificado caso a temporada acabasse hoje. De qualquer forma, a saudação islâmica Salaam Aleikum (Que a paz esteja sobre você), traduzida para o português como salamaleico, tem outro significado ou grafia em Florença: Salah-maleico!

Inter 0-1 Fiorentina

Cuadrado? Rossi? Gómez? Quem? Depois de ter vendido o meia colombiano ao Chelsea e sem contar com Rossi (há muito tempo) e Gómez (com frequência, por seguidas lesões), a Fiorentina vai encontrando no egípcio Salah o seu jogador decisivo. O atacante, melhor contratação da janela de mercado de janeiro, já marcou quatro gols em seis partidas com a camisa viola, muitos deles decisivos. Como o de domingo, em San Siro, contra uma Inter que sucumbiu ao cansaço, a Neto e a Salah.

Jogando em casa, a Inter queria sua quarta vitória seguida, mas foi a invencibilidade da Fiorentina, que dura 11 jogos, que se manteve. Sem Tatarusanu, Montella escalou novamente o antes barrado Neto e não se arrependeu. Apesar de a Inter ter criado pouco – Podolski e Kovacic foram muito mal, e a equipe só cresceu com a entrada de Shaqiri –, quando chegou, ele correspondeu com ótimas defesas. Quando não podia chegar na bola, como em chute de Guarín, a trave ajudava. Por outro lado, a Fiorentina ameaçou o gol de Handanovic, e chegou ao tento decisivo quando o esloveno espalmou para o meio da área um cruzamento. Salah não desperdiçou. No final do jogo a Fiorentina chegou a atuar com dois jogadores a menos, por causa das lesões de Tomovic e Savic, e o meia Vargas atuou como defensor central. Tudo por causa de um erro de Montella, que queimou a última substituição quando Tomovic era atendido – Savic se machucaria depois. O técnico se desculpou e prometeu pagar um jantar aos jogadores. Eles merecem. (Nelson Oliveira)

Roma 1-1 Juventus

A partida mais esperada
da rodada teve 30 minutos de emoção. E bota emoção nisso. O primeiro
tempo do clássico foi enfadonho, com a Juventus criando uma oportunidade
de gol em uma finalização cruzada de Morata. A Roma teve o dobro de
posse de bola (em tempo), mas emperrou com um ataque inoperante e nem fez Buffon trabalhar. Totti,
Ljajic e Gervinho, com Pjanic no meio de campo, foram completamente
bloqueados pelas eficiência defensiva e rápida recomposição do quinteto
mediano bianconero – uma vez que a Juventus voltou a atuar com três
zagueiros. Mesmo sem Pirlo e Pogba, a Juventus era bem melhor.

Na etapa final, Torosidis cometeu
uma falta sobre Vidal na entrada da área e foi expulso com segundo cartão amarelo.
Tévez não impressionou Pirlo, lesionado, e marcou um golaço de falta. A
Roma melhorou no terço final da partida, após a saída de Totti, e
encontrou o gol de empate com Keita, de cabeça. O time da casa se safou
de uma derrota, porém, acumulou o sexto jogo seguido com empate, um recorde. A Velha Senhora mantém os 9 pontos de vantagem sobre a vice-líder e tem uma mão e meia no caneco. O tetra está próximo. Já a segunda colocação, para a Roma, não. Nessa toada, a derrota do Napoli, no domingo, foi um bálsamo na briga por vaga direta nos grupos da Liga dos Campeões.(Murillo Moret)

Torino 1-0 Napoli

Que semana para o Torino. A equipe grená chegou a 12 jogos sem perder e, caso o campeonato tivesse começado em 2015, seria líder ao lado da rival Juventus – cada um dos times tem 19 pontos no ano, com o melhor retrospecto no período. Contra o Napoli, o Toro teve mais uma atuação sólida, concedendo pouco aos azzurri. E, para variar, matando o jogo em uma jogada de bola parada, um dos pontos mais fortes do time nesta Serie A. Ao final do jogo, Rafa Benítez teve a cara de pau de esbravejar contra a arbitragem, sendo que não houve motivos para tal.

Glik foi o nome do jogo. Marcou o gol que decidiu o confronto, seu sexto no campeonato – o zagueiro polonês, capitão da formação de Turim, é o vice-artilheiro do time, atrás de Quagliarella. Na sua posição original, praticamente anulou Higuaín, que recebeu poucas oportunidades de concluir ao gol. Destaque também para as performances de Farnerud e Bruno Peres, responsáveis por conterem, respectivamente, Hamsík e Callejón. E palmas para o técnico Ventura, que vai entrando para a história como um dos principais técnicos da história recente do Torino. (NO)

Sassuolo 0-3 Lazio 
Nas últimas
três rodadas, a Lazio venceu três vezes e viu o Napoli perder duas.
Assim, se aproximou do rival do sul na tabela e sonhar com a próxima
Liga dos Campeões já não é nada demais: apenas dois pontos separam os
biancocelesti da desejada terceira colocação. Mais do que isso, a
vitória contra o Sassuolo mostrou uma Lazio muito forte e em fase
ascendente no campeonato. O brasileiro Felipe Anderson, ex-Santos,
aparece como peça essencial nessa recuperação laziale e, no fim de
semana, foi importantíssimo mais uma vez.
Foi
ele quem abriu o placar, aos 44 do segundo tempo, em belo chute de fora
da área, que morreu no ângulo superior esquerdo do goleiro Consigli.
Felipe participou também dos dois outros gols, de Klose e Parolo, aos 25
e aos 32 do segundo tempo, que deram números finais ao jogo. Na próxima
rodada, a Lazio recebe a Fiorentina, em jogo importantíssimo na briga
pelo G-3. A viola está apenas um ponto atrás (42) e também sonha em
roubar a terceira colocação do Napoli (45). O Sassuolo, por sua vez,
passa por fase muito ruim no campeonato, com quatro jogos sem vencer –
três derrotas e um empate – e enfrenta a líder Juve no fim de semana.
(Rodrigo Antonelli)
Atalanta 1-2 Sampdoria
Como no primeiro turno, a Atalanta perdeu
quatro jogos seguidos, todos para Fiorentina, Inter, Juventus e
Sampdoria. Uma sequência dura, é verdade, mas não deixa de ser decepcionante, especialmente considerando o retrospecto da Dea contra
times superiores, sempre dando trabalho para esses. E mesmo com um
mercado ativo, o time de Colantuono não tem rendido e pouco cria,
exigindo ainda mais de sua envelhecida defesa, que foi massacrada pelo trio
Muriel, Okaka e Eto’o em pleno Atleti Azzurri d’Italia.

Buscando superar os
tropeços recentes, Mihajlovic usou pela primeira vez juntas as recentes
contratações feitas pelo time e montou um time com postura ofensiva, que buscou o gol desde o
início. Mesmo com desfalques importantes, como Éder e Obiang, a equipe genovesa não se intimidou. Porém, a Samp acabou saindo atrás do placar, quando Stendardo marcou
após cruzamentos de Dramé, aos 16 minutos. Melhor organizada e
determinada a buscar a vitória, a Samp voltou com tudo do intervalo e
pressionou incessantemente os donos da casa, chegando ao empate aos 68,
com Muriel, que estreava como titular. Okaka, em grande dia, após ter dado assistência para o colombiano, foi o autor
do gol da virada aos 81, mantendo os blucerchiati próximos da zona
europeia. (Arthur Barcelos)

Chievo 0-0 Milan
Difícil entender o
que acontece com o Milan. Depois de um início relativamente bom,
seguido de uma queda e muita movimentação no mercado de inverno, o time
de Inzaghi não tem conseguido ser… um time. Falta protagonismo dos
homens de frente, equilíbrio dos de meio e concentração dos de trás,
mesmo que não faltem salários altos e condições para reverter o momento.

E
o que dizer de uma partida com apenas cinco chutes a gol e uma bola na
trave, em que goleiros e defensores são destaques? Na sua postura de
sempre, o Chievo se fechou com duas linhas de quatro e buscou
contra-ataques, mas também como sempre, não conseguiu levar grande
perigo ou superar o adversário. Já o Milan não extraiu nada do virtuosismo de
Bonaventura e Ménez, muito menos viu mudar o panorama com as entradas de
Cerci e Honda. O japonês ainda acertou a trave, na única chance que arrancou
suspiros da torcida. (AB)

Cesena 1-0 Udinese
O Cesena voltou a reagir na briga contra o
rebaixamento. Depois de tropeços contra Milan e Juventus, a equipe
impôs a terceira derrota seguida à Udinese. Embora ainda não saia da
19ª colocação, os cavalos marinhos seguem vivos ante Cagliari, Atalanta e Chievo.
Cheio de novidades em relação ao jogo contra o Milan, o Cesena
pressionou mais na primeira etapa, mas deu pouco trabalho a Karnezis. As
principais oportunidades foram da Udinese, com Théréau e com Di Natale, que
tentou surpreender Leali, do meio campo.

Comandado por Brienza,
o Cesena foi novamente superior. Dos pés do camisa 11 surgiram as
melhores oportunidades, com Djuric e Mudingayi. Mas foi somente aos 30
que o gol saiu. Com apenas dez minutos em campo, Rodríguez foi preciso
no cabeceio para abrir o placar. Pelos lados da Udinese, faltava
criatividade. A única chance de gol só veio nos minutos finais, após
saída atrapalhada de Leali, que Danilo jogou para fora. A derrota colocou
ainda mais pressão em Stramaccioni, já que os friulanos venceram apenas uma vez nos últimos nove jogos. (Caio Dellagiustina)

Cagliari 1-2 Verona

No
duelo direto entre desesperados, foi o Verona que se deu melhor. O time
de Mandorlini voltou a vencer após quatro jogos e colocou em perigo o
emprego de Zola, que viu o Cagliari conquistar apenas um pontos nas
últimas cinco partidas. Após o confronto, o técnico disse que não se demite e
que ainda vai salvar os sardos. Com o futebol que a equipe vem
apresentando, porém, fica difícil acreditar nas palavras do treinador.
Em casa, contra o também fraco Verona, os rossoblù pouco produziram
durante os 90 minutos.

O gol de Conti saiu só
aos 45 minutos do segundo tempo, quando a vitória dos visitantes já
estava garantida. Luca Toni marcou no primeiro tempo e Juanito Gómez fez
2 a 0 no início da etapa final. Depois, o time de Verona soube
controlar bem o jogo, congestionando o meio de campo e com uma defesa
bem postada. Com o resultado, o Cagliari permanece na zona de
rebaixamento, com 20 pontos, três a menos que a Atalanta, primeira
equipe fora da degola. O Verona, por sua vez, vai a 28 e se distancia
oito da área perigosa da tabela. (RA)

Palermo 0-0 Empoli
Muitas
emoções, mas nenhum gol no Renzo Barbera. Palermo e Empoli fizeram uma
partida repleta de oportunidades. Dybala logo aos dois fez as honras da
casa e chutou rente ao travessão. Na sequência, o mesmo argentino teve
duas oportunidades, mas não conseguiu abrir o marcador. A pressão
palermitana seguiu com um chute na trave de Vázquez e uma cabeçada de
Andjelkovic. Tavano chutou mal, mas Maccarone quase abriu o marcador
para o Empoli, parando na boa defesa de Sorrentino.

A etapa final
não teve o mesmo ímpeto, com poucas chances de gol até a parte
final do jogo, quando as duas equipes se lançaram em busca da vitória.
Dybala arriscou da entrada da área, rente ao gol de Sepe. Minutos
depois, o goleiro foi decisivo, saindo nos pés do argentino, que
arrancou sozinho. Na chance mais clara de gol, Verdi cruzou para
Mchedlidze, que travado pela zaga rosanera, não conseguiu completar para o
gol vazio. Parado no meio da tabela, mas próximo de seus adversários, o
Palermo ainda sonha com a Liga Europa, enquanto o Empoli somou seu
quinto jogo sem derrota e se distancia da zona de rebaixamento. (CD)

Genoa-Parma

Partida adiada.

Relembre a 24ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada

Neto (Fiorentina); Tomovic (Fiorentina), Glik (Torino), Márquez (Verona), Cavanda (Lazio); Vidal (Juventus), Biglia (Lazio), Felipe Anderson (Lazio); Salah (Fiorentina), Okaka (Sampdoria), Tévez (Juventus). Técnico: Gian Piero Ventura (Torino).

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