Serie A

35ª rodada: Ainda dá?

Todos sobre Hernanes: o Profeta marcou dois contra a Lazio e comandou vitória da Inter sobre antigo time (LaPresse)

42 gols marcados. A rodada com maior número de tentos anotados nesta edição da Serie A mostrou que as equipes da Itália não estão com medo de buscarem seus objetivos. Com vagas em aberto para a Liga dos Campeões e a Liga Europa, as equipes entraram em campo pensando em vencer. Curiosa a situação: os quatro primeiros colocados tropeçaram, mas os quatro seguintes acumularam vitórias. Quase tudo – exceto título e rebaixados – continua indefinido para as próximas rodadas, e todas as sete equipes que brigam por uma vaguinha europeia se perguntam: dá para chegar?

Lazio 1-2 Inter

Não, não é um sonho: mesmo com uma temporada bem abaixo do aceitável, a Inter chega na reta final da Serie A com possibilidades de conquistar uma vaga na Liga Europa. Para prosseguir na caminhada de tornar o improvável realidade, o time de Mancini precisava recuperar pontos perdidos em casa para o Chievo diante da forte Lazio. À equipe treinada por Pioli, por sua vez, bastava uma vitória para retornar à vice-liderança do campeonato, já que a Roma havia sido derrotada pelo Milan, no dia anterior: seria uma vitória importante, já que sua tabela é bastante complicada. Acabou dando Inter, de virada, com dois gols de Hernanes, ex-jogador do time romano.

O início da Lazio foi avassalador. Muito incisivos, os biancocelesti deixaram a defesa nerazzurra em apuros, e abriram o placar após jogada de Felipe Anderson e gol de Candreva. Depois, Ranocchia salvou, com uma pirueta, o segundo, com Parolo. Uma pirueta, aliás, seria motivo de discórdia pouco depois: Hernanes anotou seu primeiro, e comemorou, com uma acrobacia. Já vaiado pela torcida da Lazio, viu a intensidade aumentar – depois, explicou que celebrou o gol por causa de uma frase mal educada do presidente Lotito em seu confronto, e se desculpou com a torcida, que não engoliu muito. O time da casa reclamou de impedimento de Medel no lance do primeiro gol da Inter, mas não teve muito a reclamar das justas expulsões de Maurício e Marchetti. Com dois a mais em campo – assim como contra a Udinese, duas semanas antes –, a Beneamata teve dificuldades de furar o bloqueio. Perdeu pênalti, mas graças a passe de Palacio e outro gol de Hernanes, venceu, chegando à sétima posição. (Nelson Oliveira)

Parma 2-2 Napoli
Mais um deslize napolitano em
momento crucial da temporada. Podendo aproveitar a derrota da Roma e
secar a Lazio contra a Inter, o time de Benítez não conseguiu mais que
um ponto em Parma. E ainda mais grave: Donadoni alega que Higuaín pediu
para os donos da casa, já falidos e rebaixados, entregarem o jogo. O atacante
ainda discutiu com Mirante no final do jogo. No final das contas, os azzurri ficam quatro
e três pontos atrás dos times romanos. A esperança para o Napoli tentar chegar na Liga dos Campeões através da Serie A está na difícil tabela da Lazio, que enfrenta a Sampdoria fora de casa e, na sequência, tem confrontos diretos contra a Roma e contra o próprio time napolitano.

Tudo começou mal para o time do sul da Itália. Para começar, Palladino voltou a marcar depois de cinco meses
ao aproveitar sobre da bola após escanteio e abriu o placar para o Parma. Atrás da vitória, os
visitantes empataram aos 28, com Gabbiadini, em assistência de Hamsík.
Porém, cinco minutos mais tarde, jogada ensaiada – sim, aparentemente
eles ainda ensaiam nos treinos – do Parma e gol de Jorquera, em
chute potente de fora da área, com nova colaboração de Andújar. E o Napoli, bem, sofreu para empatar.
Dono do segundo tempo inteiro, com mais de dez chutes e posse de bola,
só foi às redes com Mertens e esbarrou no goleiro Mirante, melhor em campo com diversas defesas difíceis. (Arthur Barcelos)

 

Milan 2-1 Roma

Após cinco
resultados ruins, o Milan finalmente voltou ao caminho das vitórias na
Serie A. Contra a vice-líder Roma, o time de Inzaghi foi melhor do que o
esperado e, sob mais protestos das torcida – que continua pedindo
“jogadores campeões” para voltar a sonhar – conquistou vitória
importante para o moral, mas que, na prática, pouco significa. O time
não disputa mais nada nesse campeonato e, não importa quantas vitórias
conquiste nessa reta final, deve ser desmontado, do comando técnico aos
jogadores em campo. 

A Roma é que deve se
preocupar mais com o resultado. A equipe da capital só não perdeu a
vice-liderança do campeonato porque a rival Lazio também tropeçou na
rodada. Com a derrota, a Roma se tornou a única equipe da Serie A que
não conquistou pontos no San Siro – contra Milan ou Inter – nessa
temporada. Assim, o time de Rudi Garcia se mantém a quatro pontos do
Napoli, primeiro time fora da zona de classificação para a Liga dos
Campeões. Em bom jogo, foi van Ginkel que abriu o placar para o Milan,
ainda no primeiro tempo. Destro ampliou contra o ex-time e Totti
diminuiu, de pênalti, para a Roma. (Rodrigo Antonelli)

 

Empoli 2-3 Fiorentina
Focada em reverter a dura desvantagem contra o
Sevilla na semifinal da Liga Europa, a Fiorentina visitou o vizinho
Empoli com time misto, mas também preocupada com a posição na Serie A e a
sequência de quatro derrotas. A equipe contou com um Ilicic inspirado para
arrancar três pontos fundamentais para seguir na quinta posição e com
vantagem, embora curta, sobre Sampdoria, Genoa e Inter.

Com três
minutos, após escanteio curto, Ilicic tabelou com Badelj e fez seu
primeiro com belíssimo chute da lateral da área, ao seu estilo com
potente e precisa canhota. O gol condicionou o seguimento dos fatos, com o
Empoli atrás do empate, mas esbarrando na defesa adversária. Ainda
assim, aos 28, Saponara fez jogada individual e quebrou as linhas adversárias,
empatando o jogo. Sem maiores momentos, somente na volta do intervalo o jogo
esquentou, com a entrada de Salah. Dominantes, os donos da casa pressionam por um bom tempo, mas Ilicic voltou a aparecer e acionou desmarque de Salah, que voltou a colocar a Fiorentina na frente, aos 57. Dez
minutos, depois, o golpe fatal, novamente com Ilicic. Depois de bate-rebate, a bola sobrou nos pés do esloveno, que novamente venceu Sepe. Os azzurri toscanos ainda
descontaram com Mchedlidze, aos 77.  (AB)

 

Udinese 1-4 Sampdoria

Em dois anos, Udinese e
Sampdoria marcaram 11 gols no Friuli: em 2013-14, o grande empate em 3 a
3; neste fim de semana, a Samp não tomou conhecimento do adversário e
enfiou 4 a 1. Guilherme até testou Viviano no início do jogo, mas
Palombo, Muriel e Eto’o foram mais perigosos. Soriano, então, marcou o
primeiro após excelente jogada rápida de Wszolek, na linha de fundo. No
segundo tempo, antes de Soriano balançar a rede novamente, Karnezis fez
uma defesa impressionante em finalização de Muriel, Duncan acertou a
trave e Domizzi afastou o rebote de Muriel em cima da linha.
Acquah,
no contra-ataque, e Duncan, aproveitando passe em profundidade de
Muriel, marcaram os outros dois gols da Sampdoria, para a alegria do
presidente Massimo Ferrero. Di Natale descontou de pênalti e
fez o 207º tento da carreira na Serie A. Apesar da goleada, a Udinese
criou bastante chances – sobretudo com Guilherme e Théréau. O resultado deu fim a uma sequência de seis jogos sem vencer do time doriano, que viveu sua pior fase em toda a temporada. Agora, com a vitória na hora certa, os comandados de Mihajlovic seguem sonhando com uma vaga europeia: estão na sexta posição, um ponto atrás da Fiorentina, um acima do rival Genoa e com dois de vantagem sobre a Inter. (Murillo Moret)

 

Genoa 5-1 Torino

Na semana passada, o Genoa obteve a negativa da licença Uefa – cabe recurso, mas neste panorama, se conseguir classificação à Liga Europa não terá a vaga. Ao mesmo tempo, todos os seus adversários próximos na tabela venceram. Os dias, que tinham tudo para serem negativos, acabaram com uma goleada sobre o Torino, reacendendo as esperanças de um final feliz na temporada. O Torino ficará no quase: com 48 pontos, seis abaixo do último time que hoje iria à Liga Europa – a Sampdoria –, as chances de voltar à competição europeia são bastante reduzidas.

Amplamente superior na partida, o time de Gasperini abriu o placar já no primeiro tempo, com Iago – o espanhol, com passagens pelas divisões de base de Real Madrid, Barcelona e Juventus, tem sua primeira temporada de destaque, com 25 anos. O Toro chegou a empatar com outro jogador que explodiu tarde, El Kaddouri, mas o rolo compressor genovês entrou em ação. Tino Costa fez o segundo, contando com desvio em um adversário, e depois o Grifone marcou três gols em seis minutos: Bertolacci, Pavoletti e novamente Costa ampliaram. Nas próximas rodadas, o Genoa enfrenta Atalanta, Inter e Sassuolo. (NO)

Juventus 1-1 Cagliari

A campeã entrou em campo com
time quase todo reserva, de olho no jogo de volta da Liga dos Campeões,
contra o Real Madrid, quarta-feira, e nem o empate do Cagliari nos
minutos finais tirou o sorriso dos rostos dos torcedores ou do técnico
Massimiliano Allegri. A fase de lua de mel, que começou com o scudetto
no fim de semana passado e a grande vitória sobre o Real, na terça,
continua: o retorno de Paul Pogba aos gramados após 52 dias foi o motivo
da alegria dessa vez. O francês fez boa partida contra o Cagliari,
marcou o gol da Juve, e já deve ser titular para o jogo decisivo da Liga
dos Campeões, na quarta. 

No meio da festa juventina, o
Cagliari pouco conseguiu incomodar e só no fim levou um pouco de perigo
ao gol de Storari. Aos 40 minutos, Rossettini empatou a partida, mas o
ponto marcado de pouco serviu à equipe rossoblù, que vê a luta contra o
rebaixamento cada vez mais difícil. Agora, o time tem oito pontos atrás
da Atalanta, primeira fora da zona de rebaixamento, e só restam nove
pontos em disputa. Só um milagre deve salvar a equipe da Serie B do ano
que vem. (RA)

 

Chievo 2-2 Verona
O
dérbi de Verona foi igualmente dividido entre espetacular e medíocre.
Nos cinco primeiros minutos de jogo, Nicola Rizzoli distribuiu três
cartões amarelos, mostrando a dureza da partida e o frenesi que aconteceria no primeiro tempo – e desapareceria após o intervalo. Paloschi desviou o cruzamento de Pellissier para
marcar o primeiro; em bola parada, Juanito empatou aos 20. Em seis
minutos, o Hellas virou: novamente em cobrança de falta, Hallfredsson
cruzou e, de voleio, Toni fez o 19º gol dele no campeonato. Pellissier
definiu o resultado ainda no primeiro tempo, de pênalti.
Ainda
que Dainelli não tenha permitido que Toni marcasse o segundo dele na
partida, salvando uma bola na pequena área, o confronto caiu de
produção depois da parada para acertos nos vestiários. O Chievo até reclamou de pênalti de Jankovic – mão dentro da
área -, mas, em comparação aos 45 minutos iniciais, a etapa complementar
foi bem aquém do previsto. Curiosamente, foi o primeiro empate da história do dérbi veronês na Serie A. (MM)
Palermo 2-3 Atalanta
Um ponto. É disso o que a Atalanta precisa para
garantir a salvezza, nas três rodadas finais da Serie A. Jogando no Renzo Barbera, os nerazzurri conseguiram
uma fundamental vitória contra o Palermo e só não comemoraram a permanência nesta rodada porque o Cagliari empatou sua partida contra a Juventus no finalzinho, adiando o veredito. Sem pretensões e já pensando na
temporada seguinte, com Iachini deixando Dybala no banco, o Palermo
entrou em campo desligado e a Atalanta se aproveitou para rapidamente
abrir dois gols de vantagem. Baselli, aos 3, e Andjelkovic, contra, aos
17, deixaram os bergamascos com 2 a 0 no placar.

A pressão do
Palermo não dava resultados. Avramov e depois Biava, em cima da linha,
evitaram os gols de Vázquez e Chochev. Somente aos 43 as águias
conseguiram diminuir. Vázquez aproveitou a sobra do cruzamento de
Quaison e completou de cabeça para o gol. O Palermo voltou melhor para o
segundo tempo e, de novo, Biava salvou em cima da linha. No lance
seguinte, a Atalanta marcou o terceiro. Alejandro Gómez, o destaque da
partida, recebeu na área, de frente para o gol, e acertou um petardo no
ângulo de Ujkani. Numa bobeira de Avramov, o Palermo quase chegou ao
segundo gol. O goleiro driblou Belotti e esqueceu que o atacante ainda estava vivo na jogada: acabou dando uma rasteira no adversário, cometeu pênalti e foi expulso. Na cobrança, o próprio
Belotti acertou o travessão. Rigoni ainda conseguiu diminuir e o time da
casa pressionou até o final, mas a vitória ficou com os nerazzurri.
(Caio Dellagiustina)

Cesena 2-3 Sassuolo
O Cesena é a segunda
equipe rebaixada à Serie B. Apesar de esboçar uma reação no início do
segundo turno, o time já acumulava nove jogos sem vitórias. E neste
domingo, em um dos muitos clássicos da Emília-Romanha, os bianconeri fizeram um excelente
primeiro tempo, mas cederam a virada na segunda etapa para o Sassuolo,
consolidando a queda após a vitória da Atalanta sobre o Palermo, na
Sicília. Defrel, um dos poucos que se salvaram na medíocre campanha romanhola, abriu o placar ao 15 e Brienza, aos 29, num golaço bastante parecido com o de Messi contra o Bayern Munique, deram boa vantagem ao Cesena. Mas o futebol apresentado ficou no
vestiário.

Sem vencer desde janeiro fora de casa, o
Sassuolo reagiu na segunda etapa e conseguiu quebrar o tabu. Aos 3, Zaza fez o que quis em meio a
três defensores do Cesena e diminuiu. Três minutos depois, Taïder fez o
segundo e esfriou o ímpeto bianconero, que a essa altura, já tinha como
certo o rebaixamento, com a vitória parcial da Atalanta. Para piorar a
situação, Missiroli acertou um belo chute de fora da área e virou para o
Sassuolo. No final, o Cesena ainda foi em busca do empate, que não mudaria sua
situação, mas parou nas boas defesas de Consigli. Os neroverdi tinham
remotas chances de rebaixamento, mas consolidaram, pelo segundo ano
seguido, a permanência na elite italiana. (CD)

 
Relembre a 34ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui

Seleção da rodada

Mirante (Parma); Ranocchia (Inter), Biava (Atalanta), Silvestre (Sampdoria); Ilicic (Fiorentina), Hernanes (Inter), Duncan (Sampdoria), Soriano (Sampdoria), Tino Costa (Genoa); Salah (Fiorentina), Iago (Genoa). Técnico: Gian Piero Gasperini (Genoa).

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