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Os 10 maiores jogadores da história do Parma

Até 1990, o Parma nunca tinha jogado na Serie A. Depois, se tornou uma habituée. Nos últimos 26 anos, a equipe gialloblù participou de 24 edições do Campeonato Italiano e ganhou admiradores por causa dos craques que lá passaram. Admiradores que lamentaram e muito a falência e o rebaixamento dos crociati para a Serie D. Agora, relembramos os 10 maiores craques da história do clube.

O Parma vencedor dos anos 1990 foi financiado pela Parmalat e conquistou oito títulos; quatro de nacionais e quatro continentais. Foram dois grandes esquadrões formados com o dinheiro da multinacional (conheça mais aqui e aqui) e quase todos os jogadores da nossa lista vestiram a camisa dos ducali durante seu período de ouro.

Para montar a lista, o Quattro Tratti levou em consideração a importância dos jogadores na história do clube; a qualidade técnica do atleta versus expectativa; sua identificação com a torcida e o dia a dia do time (mesmo após o fim da carreira); grau de participação nas conquistas; respaldo atingido através da equipe e prêmios individuais conquistados. Também foram computadas premiações pelas seleções nacionais. A partir disso, escolhemos 25 jogadores que marcaram a história da equipe e escrevemos breves biografias dos 10 primeiros. Antes, veja também a lista completa de brasileiros que já vestiram a camisa do clube emiliano.

Brasileiros do Parma
Adaílton, Adriano, Amaral, Amauri, Amoroso, Ângelo, Cláudio Taffarel, Fabiano Santacroce, Fábio Simplício, Felipe, Jonathan, Júnior, Lucas Souza, Reginaldo, Zé Eduardo e Zé Maria.

Top 25 Parma
11. Luigi Apolloni; 12. Luca Bucci; 13. Roberto Sensini; 14. Enrico Chiesa; 15. Cláudio Taffarel; 16. Alessandro Lucarelli; 17. Alessandro Melli; 18. Faustino Asprilla; 19. Adriano; 20. Sébastien Frey; 21. Fernando Couto; 22. Tomas Brolin; 23. Antonio Cassano; 24. Georges Grün; 25. Marco Di Vaio.

10º – Alberto Gilardino

Posição: atacante
Período no clube: 2002-05
Títulos conquistados: nenhum

Muitas vezes subvalorizado, Gilardino passou por Piacenza e Verona antes de começar a ter sucesso na carreira – hoje, o centroavante é o 11º maior artilheiro da história da Serie A. A virada aconteceu justamente no Parma, clube pelo qual o atacante marcou 56 vezes, se tornando um de seus 10 maiores goleadores. Gila ainda ganhou seu lugar no coração dos torcedores por se doar bastante em um momento difícil dos crociati nos anos recentes.

Foi no estádio Ennio Tardini que o centroavante começou a mostrar que conhecia a grande área, sempre mostrando oportunismo, senso de posicionamento e capacidade de finalizar bem com os pés ou de cabeça. Reserva de Adrian Mutu em sua primeira temporada em Parma, ele ganhou a titularidade após a venda do romeno para o Chelsea. A dupla que formou por seis meses com Adriano era implacável, e Gila terminou 2003-04 e 2004-05 com 23 gols e a vice-artilharia da Serie A. Na sua última temporada pelos ducali, marcou um gol decisivo no jogo-desempate que definiu a salvação do Parma, rebaixando o Bologna, e também ajudou a equipe, quase falida, a chegar às semifinais da Copa Uefa. Por motivos financeiros, teve de levar para o Milan sua tradicional comemoração, na qual imita um tocador de violino.

9º – Juan Sebastián Verón

Posição: meia
Período no clube: 1998-99
Títulos conquistados: Copa Uefa (1999) e Coppa Italia (1999)

La Brujita Verón foi um dos maiores meio-campistas da Argentina na história e um ícone dos anos 1990 e 2000. Após aparecer no Estudiantes e no Boca Juniors, o jogador desembarcou na Itália e, após dois anos na Sampdoria, assinou com o endinheirado Parma. Verón ficou apenas um ano na Emília-Romanha, mas foi o suficiente para entrar para a história do clube.

O argentino era um jogador capaz de marcar, defender e atacar com a mesma qualidade, técnica e talento. Pelos gialloblù, levantou uma taça nacional, a Coppa Italia, e uma continental, a Copa Uefa: na campanha europeia, Verón marcou um gol e, na decisão contra o Olympique de Marseille, deu a assistência para o último do gol da partida, anotado por Enrico Chiesa. Depois dos títulos, foi vendido a peso de ouro para a Lazio.

8º – Lorenzo Minotti 

Posição: zagueiro
Período no clube: 1987-96
Títulos conquistados: Copa Uefa (1995), Supercopa Uefa (1993), Recopa (1993) e Coppa Italia (1992)

O zagueiro Minotti pode não ter sido um craque consagrado, mas também foi uma estrela do Parma em sua era de ouro. Nos nove anos de clube, o defensor atuou na Serie B e também nos mais importantes gramados europeus, somando mais de 300 partidas pelos crociati: desse jeito, acabou entrando no hall dos cinco jogadores com mais partidas pelo clube.

Respeitado, Minotti foi o capitão do Parma em seus anos gloriosos. Além da liderança, o jogador romanholo foi um grande zagueiro, que fez parte da seleção italiana vice-campeã mundial em 1994. O xerife da equipe parmense ainda se arriscava no ataque e marcava gols, como a pintura que anotou na final da Recopa de 1993 contra o Royal Antwerp. A ligação com o Parma continuou anos depois da aposentadoria: ele foi diretor esportivo da equipe entre 2002 e 2004 e, em 2015, após a falência do clube, ajuda em sua reconstrução como responsável pela área técnica.

7º – Gianfranco Zola

Posição: atacante
Período no clube: 1993-96
Títulos conquistados: Copa Uefa (1995) e Supercopa Uefa (1993)

Substituto de Diego Maradona no Napoli, Zola chegou ao Parma depois de quatro anos de sucesso na Campânia. O atacante fez duas primeiras grandes temporadas – vice-artilheiro da Serie A em 1994 e terceiro em 1995 – e se destacou como um dos melhores jogadores do campeonato. Vestindo gialloblù, chegou à final da Recopa Europeia, foi terceiro colocado no Italiano – o Parma ficou empatado em pontos com a vice-campeã Lazio, em 1995, e perdeu no saldo de gols –, venceu uma Copa Uefa e uma Supercopa Uefa. Ganhou, ainda, convocações para a seleção italiana, e jogou o Mundial de 1994 e a Euro 1996.

O baixinho da Sardenha fez uma ótima dupla de ataque com Asprilla, colocando o então titular Alessandro Melli, outro histórico jogador do Parma, no banco. Foi o principal artilheiro do time entre 1993 e 1996 até perder espaço com as chegadas do argentino Crespo e do técnico Carlo Ancelotti, cujo esquema, um 4-4-2 rígido, não era favorável ao jogador. Assim, Zola preferiu se transferir em novembro de 1996 ao Chelsea, onde acabou virando ídolo eterno. Pelo Parma, o atacante jogou 144 partidas e anotou 63 gols.

6º – Fabio Cannavaro 

Posição: zagueiro
Período no clube: 1995-2002
Títulos conquistados: Copa Uefa (1999), Europeu sub-21 (1996), Supercopa Italiana (1999) e Coppa Italia (1999 e 2002)

Cannavaro foi o capitão do tetracampeonato mundial da Itália em 2006 e, no mesmo ano, foi eleito Melhor Jogador do Mundo pela Fifa. Um dos mais completos zagueiros italianos em toda a história, ele começou sua carreira no Napoli, mas logo chamou a atenção do Parma, que o contratou em 1995 – mesmo que o defensor preferisse ficar no time de sua cidade. A decisão de se transferir se mostrou acertada, e logo Cannavaro despontou mundialmente, conquistando títulos pelo clube e pelas seleções de base da Itália. Em 1997, foi convocado para a seleção principal, da qual foi titular por 13 anos.

Fabio Cannavaro era um zagueiro muito técnico, com uma impulsão notável e tempo de bola fantástico, além de um espírito de liderança que o tornava imponente, principalmente nos desarmes. Em seu melhor momento pelos ducali, formou ao lado de Sensini uma zaga histórica na temporada 1998-1999, se tornando fundamental para os três títulos daquela temporada. Com 288 partidas com a camisa gialloblù, se tornou um dos jogadores com mais presenças pelo Parma. Em 2002, foi negociado por 23 milhões de euros com a Inter, em uma transação que já antecipava a crise financeira do clube.

5º – Antonio Benarrivo

Posição: lateral
Período no clube: 1991-2004
Títulos conquistados: Copa Uefa (1995 e 1999), Supercopa Uefa (1993), Recopa (1993), Coppa Italia (1992, 1999 e 2002) e Supercopa Italiana (1999)

Poucos jogadores tiveram tanta identificação com o Parma quanto Benarrivo. Símbolo da equipe, o lateral esteve presente em todos os melhores momentos da história do clube, de 1991 até 2004, e é o recordista de presenças pelos crociati na Serie A (257) e em competições europeias. Durante o período que ficou no Tardini, foi titular com todos os treinadores até 1999, e se transformou em peça-chave dos principais comandantes do período, como Nevio Scala, Carlo Ancelotti e Alberto Malesani. Começou a jogar menos a partir deste ano, mas continuou importante para o grupo.

Polivalente, o jogador atuava nas duas laterais e ajudava tanto na marcação quanto no ataque. Benarrivo ficou conhecido pela sua resistência física, futebol sempre em alto ritmo e boa chegada no campo adversário. Durante sua carreira construída na Emília-Romanha, conquistou a titularidade na Copa do Mundo de 1994, quando a Itália foi vice-campeã mundial.

4º – Lilian Thuram

Posição: zagueiro e lateral direito
Período no clube: 1996-2001
Títulos conquistados: Copa do Mundo (1998), Copa Uefa (1999), Supercopa Italiana (1999) e Coppa Italia (1999)

Um colosso, com todas as características de um defensor completo: Thuram pode ser definido assim. O francês foi um monstro na lateral direita do Parma nos anos de ouro da equipe, bem como na seleção da França campeã do mundo em 1998 – ele foi o primeiro jogador crociato a ser campeão mundial, feito igualado pelo brasileiro Júnior em 2002. Pelas suas exibições no Parma, Thuram foi eleito jogador francês do ano, em 1997.

Seu sucesso no Belpaese já era dado como certo. Quando chegou do Monaco, o francês logo virou titular na potência que foi o Parma da Parmalat, liderando a defesa de Malesani com Cannavaro e Sensini. Era um jogador muito regular, que se dava muito bem em disputas físicas e impunha respeito ao chegar junto dos adversários, e uma das principais peças de um time que tanto poderia ter ganhado uma Serie A, mas ficou com apenas uma Copa Uefa e uma Coppa Italia – logo na temporada de estreia, o scudetto bateu na trave, e o time ficou dois pontos atrás da Juventus. Ainda assim, fez cinco temporadas bastantes impactantes no Tardini e se consolidou como o segundo estrangeiro com mais jogos pelo clube (163), atrás apenas de Sensini.

3º – Dino Baggio

Posição: volante
Período no clube: 1994-2000
Títulos conquistados: Copa Uefa (1995 e 1999), Supercopa Italiana (1999) e Coppa Italia (1999)

Um dos jogadores mais decisivos da história do Parma, Dino Baggio foi fundamental na conquista de títulos do clube. O volante foi mais importante ainda na Copa Uefa de 1995, quando anotou dois gols que deram a taça aos crociati, diante da Juventus. “Baggio 2” era um meio-campista raçudo, bom na marcação e no jogo aéreo, com espírito de liderança e muito técnico. Armava jogadas, marcava gols e ainda ajudava na marcação do meio de campo, jogando sempre para o time.

Dino Baggio jogou no Parma por seis anos, em mais de 170 partidas, e foi titular com os três técnicos do período – Scala, Ancelotti e Malesani. Ganhou pontos com a torcida quando levantou a possibilidade de o Parma ser prejudicado pela arbitragem, quando foi expulso contra a Juventus e esfregou os dedos, como se o árbitro estivesse “comprado”. Durante os anos de Parma, foi titular também na seleção, pela qual também jogou a Euro 1996 e a Copa de 1998. Dino foi, durante boa parte da década, um dos melhores volantes do futebol italiano.

2º – Hernán Crespo

Posição: atacante
Período no clube: 1996-2000
Títulos conquistados: Copa Uefa (1999), Supercopa Italiana (1999) e Coppa Italia (1999)

Típico centroavante matador, Hernán Crespo chegou ao Parma em 1996, após dar o título da Copa Libertadores para o River Plate naquele ano. Depois de um período fraco no clube italiano, o argentino se reencontrou com a chegada do técnico Malesani e deslanchou de vez ao lado de Chiesa, mostrando velocidade, oportunismo e faro de gol. A partir daí, Valdanito se concretizou entre os craques da posição e ganhou três títulos, sendo importantíssimo em dois deles: na Coppa Italia, Crespo anotou um gol em cada partida final e, na Copa Uefa, fez mais um tento decisivo.

O argentino foi vendido para a Lazio pelo equivalente a 40 milhões de euros em 2000. Dez anos depois, voltou ao Tardini para encerrar sua carreira no clube no qual sua trajetória na Itália começou. Em mais dois anos e meio pelos ducali, Valdanito marcou mais 14 gols, ajudando a equipe a ficar em boas posições na elite, mesmo com a crise financeira do clube. Até hoje, Crespo é o maior artilheiro da história do Parma em jogos da Serie A, com 72 gols, e também o maior goleador dos ducali: em 200 jogos, balançou a rede 94 vezes.

1º – Gianluigi Buffon

Posição: goleiro
Período no clube: 1995-2001
Títulos conquistados: Copa Uefa (1999), Europeu sub-21 (1996), Supercopa Italiana (1999) e Coppa Italia (1999)

O Parma mudou a vida de Buffon e Buffon mudou a história do Parma. Foi pelos ducali que a lenda viva do futebol virou goleiro: ele chegou ao clube nas categorias de base como meia e aos 14 anos foi colocado na meta. Aos 17, era o terceiro goleiro da equipe profissional, mas acabou assumindo a titularidade contra o Milan, por lesão de Bucci. Nunca mais saiu do time e é a maior revelação parmense na história, sem dúvida alguma. Não demorou para que ele começasse a ser convocado para a seleção principal, da qual se tornou titular aos 20 anos.

Seguro, ágil, talentoso e uma barreira quase intransponível em dias iluminados, o precoce Gigi Buffon foi evoluindo ano a ano, até se tornar o melhor arqueiro do mundo – com o tempo, se tornou um dos grandes da história. Apelidado de Superman (não à toa), Gigi foi um dos grandes craques do time na época, garantindo defesas, títulos e ótimas colocações para os gialloblù. Em 220 jogos, sofreu 208 gols, média de menos de um por jogo. Negociado com a Juventus em 2001 por uma quantia equivalente a 105 bilhões de liras – 75 bi mais o passe de Jonathan Bachini –, se tornou o goleiro mais caro da história, o mais caro reforço da Juve e o mais caro jogador italiano. Em Turim, continuou sendo o mito que foi em Parma.

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1 Comentário

  • Valeuuu pela reportagem tenho 37anos e desde criança torcia e sou fã do Parma, se fosse investidor com certeza aplicaria no time uma pena essa situação de um clube que por falta de investimento rebaixou e muito seu rendimento

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