Serie A

22ª rodada: A batalha pela Europa

Mesmo com desfalques e jogadores negociados, Fiorentina assumiu 4ª posição (AP)

Apenas sete pontos separam a Fiorentina, 4ª colocada, da Udinese, 13ª. É oficial: a briga pelas duas vagas que a Serie A dão à Liga Europa estão sendo disputadas a unhas e dentes por metade dos times que participam do campeonato. Enquanto Juventus, Roma e Napoli hipotecaram suas vagas na Liga dos Campeões – é muito difícil que algo diferente disso aconteça – e o restante dos times briga para permanecer na elite, é na parte central da tabela que o campeonato pega fogo. Acompanhe o resumo da rodada.

Fiorentina 3-2 Atalanta

No jogo mais emocionante da
rodada, a Viola conseguiu virar contra a Atalanta aos 44 minutos do
segundo tempo, no Artemio Franchi. Em menos de 10 minutos, os visitantes
chegaram ao gol viola em duas oportunidades. Na primeira, Savic salvou o
time ao bloquear a finalização de Zappacosta; na segunda, o atacante
cabeceou fora do alcance de Tatarusanu e deu a vantagem aos orobici.
A Atalanta jogava melhor – e teve a chance de dobrar a vantagem com Alejandro
Gómez -, mas a Fiorentina achou um tento com Basanta. A cobrança de
falta de Fernández encontrou o zagueiro livre no meio da área.

Na
etapa final, Diamanti marcou o primeiro gol desde o retorno à Serie A,
driblando dois zagueiros e chutando para vencer Sportiello. O meia se mostrou um bom substituto para Cuadrado, mesmo com características diferentes, e fez ótima partida, levando perigo ao time adversário. Pelos nerazzurri, Boakye
entrou no lugar de Gómez e em quatro minutos deixou a partida igualada
novamente, depois de um cruzamento baixo de Zappacosta. Pasqual, aos
 89, de voleio, deu a vitória a Fiorentina. A Atalanta segue sem vencer
esse confronto em Florença desde 1992-93. Melhor para a Viola, que assumiu a 4ª posição e voltou a sonhar com mais intensidade com uma vaga europeia. (Murillo Moret)

Lazio 0-1 Genoa

A
vitória no Olímpico colocou um ponto final na sequência de sete jogos
sem vitória do Genoa – e o melhor de tudo, em um confronto direto. A Lazio era melhor na partida (Perin negou os gols
de Biglia e Candreva, no início do jogo) até que Marchetti foi expulso
por cometer pênalti em Niang. Após o tento de Perotti, os biancocelesti
deixaram de atacar e focaram na defesa – bem verdade que a Lazio
conseguia algumas investidas esporádicas na ofensiva.

Na
etapa final, Mauri teve a melhor oportunidade para empatar, porém, a
bola explodiu no travessão. O Genoa levou muito perigo com Niang e
Falqué pelas pontas, atacando Basta e Radu. Para a sorte do time da
casa, nenhum atleta do Grifone estava de bem com a rede (com exceção de
Perotti, claro). Agora, os dois times estão separados por apenas dois pontos (34 dos laziali e 32 dos genoanos) na briga pela Liga Europa. (MM)

Juventus 3-1 Milan

A Juve não brilhou no clássico
contra o Milan, mas, mesmo assim, não teve problemas para superar os
rossoneri, em casa, no sábado. A supremacia da equipe na Serie A
continua evidente. Tévez – sempre ele – abriu o placar, Antonelli
empatou para o Milan e Bonucci e Morata deram resultados finais ao jogo.
Esse último, aliás, é das boas novidades da Velha Senhora na temporada.
O reforço que veio do Real Madrid aparece cada vez mais entrosado e
decisivo no time. Contra o rival de Milão, o espanhol fez gol, deixou os
companheiros em condições de marcar, driblou e levantou a torcida. 

Do
outro lado, um Milan que não desiste nunca mostrou que pode melhorar na
temporada, mas que ainda tem muitas limitações técnicas. Não à toa, o
time é apenas o 11º colocado do torneio, e resiste na briga pela Liga Europeia porque o campeonato está embolado – a distância entre a Udinese, 13ª, e a Fiorentina, 4ª, é de apenas sete pontos. Diretoria e torcedores
milaneses reclamaram muito do lance do primeiro gol, em que Tévez
aparece impedido no momento que partia em direção à bola. Com ou sem gol
irregular, o resultado provavelmente seria o mesmo. E assim a Juve
segue rumo ao tetracampeonato. São sete pontos à frente da vice-líder
Roma. (Rodrigo Antonelli) 

Inter 3-0 Palermo
Uma vitória para o time de Mancini, enfim. Em onze
partidas sob o comando do treinador, apenas por três vezes os nerazzurri levaram os três pontos pra
Pinetina, sempre a cada mês: em dezembro (Chievo), janeiro (Genoa) e
fevereiro (Palermo). Nesse tempo, quatro derrotas e quatro empates,
conquistando 13 pontos de 33 possíveis. Tamanha irregularidade,
somado a um elenco mal construído e reforços ainda tentando se encaixar,
muita irregularidade, problemas defensivos e entre outras coisas ainda
mantêm a Beneamata relativamente longe da zona europeia.

No domingo, o que se viu foi, do início ao fim, uma
partida toda interista. O que também não significou controle e
tranquilidade para os comandados de Mancio superarem a retranca de
Iachini e não serem assustados pela dupla Dybala-Vázquez, que deram
dor de cabeça a um desastroso Ranocchia, mas não souberam aproveitar as
oportunidades. Muito contrário a Icardi, cada vez mais polêmico e
também cada vez mais importante e goleador. Em dia muito produtivo dos
“operários” Santon, Medel, Brozovic e Palacio, que correram, cobriram espaços e
criaram condições para o talento de Guarín, Shaqiri e os gols de Icardi
aparecerem. A vitória da Inter foi construída através das cobranças de escanteios de Shaqiri, que acabaram em um gol, uma bola na
trave e outras chances perigosas; nas arrancadas, força e enfiadas de
bola de Guarín, autor de um gol, uma assistência e outro passe para bola
na trave; além do protagonismo de Maurito. Agora a Beneamata  entra em um mês decisivo e precisa, acima de tudo, de
resultados. (Arthur Barcelos)

Sampdoria 1-1 Sassuolo
Jogo
dinâmico em Gênova, mas pouco técnico. Entre muita força e velocidade,
faltou o “algo a mais”, faltou o trio Berardi-Zaza-Sansone no Sassuolo e
faltou o líder técnico que pesa à esta Sampdoria operária, que Eto’o
não conseguiu ser em 20 minutos, apesar de alguns detalhes interessantes
– foi apenas sua segunda partida, vale ressaltar. O empate, de qualquer
forma, acabou sendo pior para os donos da casa, que vinham de uma derrota
horrível de 5 a 1 para o Torino, enquanto para os visitantes, que haviam conquistado uma
vitória sobre a Inter, um ponto até bom, considerando os desfalques e a
pressão doriana. Faltam apenas 11 pontos para que a equipe atinja os 40 pontos tidos como necessários para escapar da degola.

Foi o time de Di Francesco que
abriu o placar e levou mais perigo no primeiro tempo, sempre em
contra-ataques de Lazarevic e Floccari, ex-jogadores do Genoa, rival da Samp. Mas foram
outros ex-Genoa que protagonizaram o primeiro gol, que ocorreu quando Vrsaljko
acertou cruzamento perfeito para a cabeçada precisa de Acerbi,
completamente livre na pequena área, com menos de dois minutos. Só que a
resposta do time de Mihajlovic veio rápida e também de cabeça, com Éder
completando cruzamento de Soriano. Com a força de Obiang e Duncan e a
determinação de Éder, acompanhados por Soriano, Okaka e Eto’o, o time da
casa bem que tentou a virada, mas foi incapaz de chegar ao gol decisivo. (AB)

Cagliari 1-2 Roma

Após
série de quatro empates seguidos, a Roma voltou a vencer na Serie A e
mantém vivo o sonho de superar a Juve na corrida pelo scudetto. Contra o
Cagliari, fora de casa, a equipe de Rudi Garcia não teve muitas
dificuldades para controlar o jogo e confirmar os três pontos. Ljajic
colocou os giallorossi na frente ainda no primeiro tempo e Paredes
ampliou no fim da etapa final. M’Poku ainda descontou para os donos da
casa, mas já era tarde demais quando ele superou o goleiro De Sanctis. 

Além
da vitória importante para a moral romanista, os torcedores podem
comemorar também a “descoberta” do jovem Daniele Verde. O jovem de 18
anos estreou como titular na equipe profissional e não se intimidou:
driblou, chutou, ousou e foi o autor dos passes para os gols romanos na partida. O meia promete bastante
e já começa a surgir como provável ídolo do futuro giallorosso. Com a
vitória, a Roma foi a 46 pontos e agora se prepara para enfrentar o
Parma, no domingo. O Cagliari caiu para a 18ª posição e entrou na
zona de rebaixamento após a vitória do Chievo sobre o Parma. (RA)

Napoli 3-1 Udinese
Embalado por três vitórias consecutivas, o Napoli recebeu a Udinese, sonhando com a segunda colocação. Com Gabbiadini e Mertens nas vagas de Callejón e De Guzmán, os napolitanos dominaram os primeiros minutos e, sem dar chances à Udinese, a equipe facilmente abriu dois gols de vantagem. No primeiro, aos 7’, Mertens tabelou com Hamsík, avançou pela lateral da área e chutou forte no canto. Aos 20’, Hamsík deu bela enfiada para Gabbiadini que só tocou na saída de Karnezis, para ampliar e confirmar as apostas de Rafa Benítez.

A partir de então, os bianconeri tomaram conta do jogo. Depois de criar perigo com Allan, Théréau descontou, aproveitando a bobeira de Rafael, ainda com menos de 30 minutos de jogo. O gol de empate só não saiu porque Widmer errou a finalização, sozinho dentro da área. Na segunda etapa, o Napoli controlou a partida e numa bola cruzada por Callejón, viu a vantagem aumentar com o gol contra de Théréau, que deu uma de Oséas. Os minutos finais foram de pouca emoção, com o Napoli mais perto do quarto gol do que a Udinese de diminuir a vantagem e buscar o empate. Enquanto isso, os azzurri já abriram sete pontos para o quarto colocado e vão fazendo um campeonato praticamente de isolamento na 3ª posição. (Caio Dellagiustina)

Verona 1-3 Torino
A quinta colocação não apenas voltou a ser uma realidade para o Torino como tornou-se o objetivo de Ventura. Na abertura da 22ª rodada, o Toro venceu o Verona, no Marc’Antonnio Bentegoddi e chegou a dez jogos de invencibilidade, sendo quatro vitórias nos quatro últimos jogos. A sequência acabou reavivando o sonho de voltar à Liga Europa, já que agora o time figura na parte de cima da tabela (7ª colocação). Com as equipes bastante modificadas, o jogo foi fraco na primeira etapa. O Torino foi melhor, pressionou a maior parte do tempo e soube aproveitar o vacilo de Rafa Márquez para abrir o placar, com Martínez.

O Torino chegou ao segundo gol logo no início da segunda etapa, com Quagliarela convertendo pênalti sofrido pelo atacante venezuelano, o melhor em campo. Com o placar adverso, o Verona enfim passou a atacar. As entradas de Juanito Gómez e Pisano deram novo ritmo à equipe, que passou a criar chances até chegar ao gol. Até que, no final, Toni recebeu na entrada da área e não perdoou. Com alguns minutos para o fim do jogo, a equipe de Mandorlini se lançou de vez em busca do empate, mas num contra-ataque, El Kaddouri sacramentou a vitória granata. (CD)

Empoli 2-0 Cesena
Dois meses e meio depois, o Empoli reencontrou a vitória na Serie A. Em casa, a equipe venceu o vice-lanterna Cesena e freou a ascensão da equipe bianconera, que sonhava em se aproximar do Cagliari, primeira equipe fora da zona de rebaixamento. Apesar de uma boa chance com Defrel, o primeiro tempo foi quase todo do Empoli, que abriu o placar com Maccarone, num belo chute.

No segundo tempo, o Empoli seguiu melhor e aos 12 minutos, Mário Rui chegou à linha de fundo e cruzou para a conclusão de Signorelli. O Cesena reclamou de pênalti em Defrel, não assinalado pelo árbitro Daniele Orsato, que poderia reabrir a disputa. Mas o Empoli foi amplamente superior e poderia ter ampliado ainda mais o marcador. Com 23 pontos, os azzurri ocupam a 15ª colocação, enquanto o Cesena segue na 19ª, com 15. (CD)

Parma 0-1 Chievo

Em jogo entre desesperados, foi o menos desesperado que se deu bem.
O Parma continua caminhando a passos largos rumo à Serie B da próxima
temporada e, dentro de casa, perdeu a quinta partida seguida no
campeonato – a nona derrota em seus domínios. A equipe emiliana, que
passa por fase turbulenta de transição nos bastidores, soma só nove
pontos em 22 jogos e já está 12 atrás do primeiro time fora da zona da
degola, que é exatamente o Chievo, algoz dessa rodada. O time visitante
se aproveitou da vantagem numérica – o Parma ficou com um a menos desde
os 30 do primeiro tempo, porque Galloppa foi expulso – e saiu da zona de
rebaixamento, voltando a vencer após três derrotas consecutivas. 
Zukanovic
foi o autor do gol, em boa cobrança de falta, no início do segundo
tempo. Agora, a equipe de Maran respira um pouco e tenta engrenar
sequência no torneio. A vitória que valeu o pulo para fora do Z-3,
porém, não foi fácil. O Parma de Donadoni até começou bem e tentou se
impor jogando em casa. Os crociati criaram as principais oportunidades
do início, com Nocerino e Rodriguez, mas logo se perderam em campo, por
causa da (justa) expulsão de Galloppa. A partir dali, o Chievo se abriu,
dominou o jogo e partiu para a vitória, acelerando o jogo quando
necessário e controlando na maior parte do tempo. (RA)

Relembre a 21ª rodada aqui.
Confira estatísticas, escalações, artilharia, além da classificação do campeonato, aqui.

Seleção da rodada

Perin (Genoa); Acerbi (Sassuolo), Glik (Torino), Basanta (Fiorentina); Mertens (Napoli), Verde (Roma), Guarín (Inter), Diamanti (Fiorentina), Hysaj (Empoli); Tévez (Juventus), Icardi (Inter). Técnico: Gian Piero Ventura (Torino).

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